Era um belo dia ensolarado. Ki Cre Do e eu tínhamos um trabalho para entregar no dia seguinte, por isso decidimos ficar à tarde na faculdade para fazê-lo. Antes de começarmos, porém, fomos almoçar, afinal iríamos precisar de energia para passar a tarde inteira na biblioteca. Estávamos andando tranquilamente pela rua XV de novembro, um trecho conhecido aqui em Curitiba, em que boa parte dessa via é somente para pedestres, e depois se torna disponível para os carros.
A uns dez passos do restaurante, eu esbarrei em uma pessoa, um simples encostar de braços, normal numa rua movimentada. É preciso dizer que ao contrário dos outros destros, eu utilizo o relógio no braço direito e por isso, consegui sentir que o rapaz em quem esbarrei estava usando relógio também, em seu braço esquerdo. O estabelecimento em que fomos comer era do tipo com buffet, cada um pega o seu. Tinha bastante gente até. Ki Cre Do e eu entramos na fila, que estava andando bem.
Eu estava a ponto de me servir, quando uma pessoa, de fora da fila, me cutucou. Ao olhar, notei que o rapaz segurava um relógio na mão. Sua expressão era nervosa e ele me culpava por ter quebrado o relógio dele. Sua intenção ao ir atrás de mim era me cobrar para que eu pagasse o conserto. Achei aquilo um absurdo, afinal foi apenas um esbarrão, não é como se eu quisesse ter quebrado o relógio dele. Ele insistiu e até me empurrou, mas eu mantive minha posição. Disse ainda que eu não tinha culpa se ele tinha um relógio tão fraco, pois o meu também esbarrou e não sofreu nenhum arranhão.
Vendo a multidão do local e que não teria como me convencer, ele saiu me ameaçando. Fui me servir e sentei-me com Ki Cre Do a uma mesa. Quando lhe contei, ele concordou totalmente comigo, e levantando a hipótese de que ele pudesse estar me esperando na frente do restaurante só o animou mais. Mas nada aconteceu. Terminamos de comer e voltamos para a faculdade. No dia seguinte, assim que cheguei na minha sala, fui recebido por muita gente. Aparentemente, Ki Cre Do exagerou um pouco sobre o que realmente aconteceu. Segundo ele "... e aí, Ki Bun Tin segurou e torceuo braço dele, e o chutou para fora do restaurante. E depois, Ki Bun Tin saiu, deu um soco nele e gritou 'E não me apareça mais por aqui!'". "Nossa! Como eu sou mal!", pensei. Sem saber o que fazer ou dizer, eu apenas sorri.
terça-feira, 17 de julho de 2012
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Coitado do Ki Bun Tin... Realmente foi um acidente, ninguém teve culpa. Não é como bater num carro.
ResponderExcluirE ninguém mandou o cara comprar o relógio na loja de 1,99, né??
Pelo menos o maluco lá caiu em si e foi embora. Ah, não, o Ki Bun Tin que botou ele pra correr...
^^
Beijos.