segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Arte de Roubar T03C01


NOVOS FUNCIONÁRIOS

– Bom dia, Lopes, querido, tudo bem? – Marquieli cumprimentou o chefe do arquivo ao entrar no setor. – Esse é o Leonardo, seu novo arquivista. – ela disse apoiando-se no balcão que separava a entrada do interior do local.
– Já não era sem tempo. – o velho e gordo servidor levantou de sua cadeira e foi de encontro à encarregada dos terceirizados. – A Luana está tendo que trabalhar sozinha há mais de um mês. Até eu a ajudo quando o negócio aperta. – Lopes reclamou.
– Eu sei e você sabe que não dependia só de mim. Mas agora sua equipe está completa de novo. – ela disse e se dirigiu ao novo funcionário. – Léo, é aqui que nos separamos. Não ligue para o mau humor desse velho ranzinza, mas se ele te tratar mal, estou na sala ao lado. – Marquieli disse e foi saindo.
– Isso é jeito de falar de mim, menina? – Lopes queixou-se rindo e a moça apenas acenou. – Mulheres! – ele disse assim que a porta fechou. – Leonardo, não é?
– Pode me chamar de Léo.
– Muito bem, Léo, não fique aí parado, entre. – Lopes disse.
O rapaz passou pela portinhola que dava entrada para o arquivo e observou bem o lugar em que ia. Bem a sua frente e encostadas na parede, estavam as três mesas para os funcionários. No centro da sala, havia um espaço para transitar e à esquerda, uma mesa em L, onde ficava apenas a impressora na ponta. No fim dessa parede, estava a porta que levava ao arquivo propriamente dito.
Quando passaram pela porta, Léo vislumbrou várias filas de estantes preenchidas por caixas. Cada caixa possuía um número e, ele notou que, os corredores também eram numerados.
– Nós os chamamos de ruas. Como você vê, temos oito. Começando dali e indo até lá. - Lopes explicou apontando da direita para a esquerda da sala. - Venha, há um corredor que não dá para ver daqui. - ele chamou e seguiu para a esquerda.
O chefe do setor tinha passado pela última rua visível, quando uma garota saiu dele cheia de processos nos braços. Léo não conseguiu impedir de trombar nela, que caiu com tudo o que tinha.
– Você está bem? - o rapaz perguntou, mas antes que ela pudesse responder, Lopes apareceu.
– Mas o que é isso, menina? Está derrubando PTs agora?
– A culpa foi minha, senhor. Eu estava no caminho. - Léo disse.
– Ah, está certo, só não deixe que se repita. É bom que vocês já se conhecem. Luana, esse é o seu novo colega de trabalho, o Léo.
– Prazer. - ela disse após recolher todos os processos e levantar.
– O prazer é meu. - Léo devolveu educamente e pôde perceber o quanto a garota era bonita. Seus cabelos eram loiro-escuros e seus olhos castanhos. Ela era bem magra e baixa, e possuía um rosto lindo.
Então, Lopes o levou para o lado oposto da sala. Havia pouco espaço para andar por lá. Léo notou algumas estantes encostadas à parede, preenchidas com alguns materiais. Quando olhou para o lado esquerdo do fundo da sala, ele a viu, uma câmera de vigilância. Ao indagar para Lopes por que ela estava lá, obteve a seguinte resposta.
– É porque estamos bem em cima do cofre do banco. Eles devem achar que vamos querer roubar o banco. - o velho disse e gargalhou. - Mas não se preocupe, rapaz. O pessoal da segurança me disse que ela não vê praticamente nada.
“É, direi para um amigo meu se certificar disso.” Léo pensou.


Bomber havia sido levado e conhecido todos os postos de vigilância do banco. Sua última parada era a sala das câmeras. Era ampla, com uma confortável sala de estar, com sofás e televisão. Os monitores ocupavam uma parede inteira. Foi-lhe dito que após o treinamento, ele passaria a ter turnos ali também.
– Já tentaram roubar o banco? - o novo funcionário foi direto e seu futuro chefe se espantou com a pergunta.
– Não, nunca. Mas mesmo que tentassem não conseguiriam. - ele disse. - Temos câmeras em todos os pontos chave e nossa equipe é muito bem formada e capacitada. É impossível alguém conseguir entrar para roubar. - o chefe da segurança explicou.
“E se esse alguém já estiver dentro?” Bomber pensou.

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Todos estavam reunidos na velha mecânica, quando o técnico de informática e o homem musculoso chegaram.
– E então, vocês trazem boas notícias? - Joel perguntou.
Os dois amigos olharam entre si, sorriram e responderam juntos.
– Temos!

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