quarta-feira, 23 de março de 2011

Agente Z

Acompanhado de Érica, Zé Mané entrou em um prédio na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, sem saber que ali era a sede da AGESP. Eles entraram no elevador e subiram até o último andar, o décimo. Sem dizer uma palavra, eles saíram e passaram pela mesa da recepção. Entraram numa sala com várias pequenas salas ligadas e no final do corredor pelo qual andavam havia um cômodo maior, para o qual se dirigiam.
A jovem espiã bateu à porta e, junto Zé Mané, entrou na grande sala após pedir licença para o robusto homem engravatado que se encontrava atrás da mesa. Ele acenou aos visitantes as duas cadeiras à sua frente.
– Trouxe os documentos, Érica? – ele perguntou.
– Estão aqui, senhor. – ela respondeu entregando o envelope.
– Muito bem, minha jovem. – ele disse depois de olhar rapidamente os papéis. – Agora, me diga, quem é esse zé mané?
Antes de entrarem no prédio, Érica instruiu Zé a não falar até que ela dissesse que podia, mas ele não estava se aguentando mais.
– De onde esse tiozinho me conhece Érica? – ele perguntou.
– Tiozinho? – disse o homem atrás da mesa.
– Ta bem, eu acho que eu devo uma explicação para os dois.
Ela contou a Zé Mané a história resumida da AGESP e de como ela se tornou uma espiã, contou que o homem que estava atrás da mesa era seu chefe e seu nome era Rodolfo Kusdra, e a este, ela relatou a troca que houve entre ela e Zé, e a aventura que os dois tiveram na parte da manhã.
– E, por isso, eu o trouxe pra cá. – ela finalizou para o chefe.
– Muito bem, eu vou mandar alguém preparar o quarto de hóspedes para o rapaz. – disse Kusdra.
– Como assim? Por que arrumar um quarto de hóspedes pra mim?
– Porque agora você é alvo de criminosos, eles acham que você é um espião. E como você não tem treinamento, é mais seguro para você ficar aqui na agência até a operação acabar. – explicou Érica.
– E quando vai acabar? – perguntou Zé.
– Com os documentos que eu conseguir, em uma semana, no máximo duas, o juiz deve expedir um mandado.
– Você ta louca? Eu não posso ficar duas semanas aqui.
– Eu acho que ele tem razão, Érica. – disse o chefe. – Ele vai nos dar muita despesa morando aqui.
– Isso aí, agora eu gostei tiozinho. – vibrou Zé.
– O que você sugere então, espertinho? – Érica provocou Zé.
– Eu tenho uma idéia. – interveio Kusdra.
– Tiozinho ta mandando vê.
– Você vai ser a guarda-costas dele, Érica. Vai ficar com ele até o fim da operação. – disse o chefe.
– Como é que é? – disse a jovem espiã indignada.
– Agora eu não curti não, tiozinho. – lamentou Zé. – Eu não ter uma guarda-costas.
– E eu não quero ser babá de marmanjo. – disse Érica.
– Mas é assim que vai ser. Agora, saiam daqui que eu tenho muito que fazer. – disse Kusdra.
Érica e Zé Mané saíram da sala grande e foram a uma das salas menores que estava vazia. Ela pegou sua mochila, abriu uma gaveta e passou algumas coisas da gaveta pra mochila.
– Tem uma foto 3x4 com você aí? – Érica perguntou com um pedaço de papel na mão.
– Tenho, por quê? – perguntou Zé.
– Me dá. – ela disse, estendendo a mão para pegar.
Zé deu uma foto 3x4 para Érica, que colocou no papel, após passar cola e entregou esse papel para o novo amigo.
– O que é isso? – ele perguntou.
– Sua carteirinha de espião. Se você saiu na chuva, agora vai se molhar. Seja bem vindo agente Z. – ela disse, enquanto Zé estava de olhos arregalados.

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