segunda-feira, 21 de março de 2011

Caça às bruxas

Mily morava em um modesto apartamento de dois quartos, cozinha, sala, lavanderia e um banheiro. Ela não recebia visitas, devido ao quarto de hóspedes servir como depósito para seus artefatos mágicos. Ela não via TV sempre, mas se informava através da internet. Porém naquele domingo nem isso ela fez, pois acordou muito inspirada e desenhou o dia inteiro.
O grande motivo que a inspirou foi o fato de terem um concurso para novos estilistas em sua faculdade e ela e sua amiga, Graça, combinaram de participar. Graça iria costurar e Mily iria desenhar os modelos. Os vencedores ou as vencedoras do concurso teriam seu vestido lançado e desfilado na São Paulo Fashion Week, o que era mais um motivo para a jovem maga caprichar nos modelos.
No dia seguinte, ela chegou à faculdade tranquila como sempre e logo encontrou Graça no corredor próximo à sala da primeira aula delas.
– Mily, você já viu os jornais hoje? – perguntou a amiga agitada.
– Oi pra você também. O que houve? – quis saber Mily, que somente depois de ver a expressão da amiga, notou que todos estavam lendo o jornal do dia.
– Tem uma bruxa na cidade. – Graça sussurrou e entregou o jornal para a amiga.
– Como é que é? Deixa eu ver isso? – disse Mily, pegando o jornal.
A jovem maga ficou espantada com a matéria da primeira página, que dizia: “Está aberta a caça às bruxas!”; e como subtítulo: “O detetive de polícia, Gilberto Capelário, disse que o objetivo principal agora é capturar e prender essa bruxa a qualquer custo”.
– Eu definitivamente não devia ter levado a pedra negra aquela noite. – pensou Mily após ler a manchete.

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