— Por favor, sentem-se! – o Superintendente de Segurança Nacional, José Ibrahim, disse para os sete oficiais que chegaram à sala de reuniões.
Após acomodarem-se nas cadeiras da grande mesa da sala, os militares estavam prontos para ouvir o que o Sr. Ibrahim tinha para dizer.
— Como sabem, há dois meses foi “inaugurada” a Ilha Prisão, um local para onde foram mandados os 200 presidiários mais perigosos do país, sendo eles: 150 homens e 50 mulheres. Há três horas, o jato particular das Indústrias Pacheco, no qual se encontrava o vice-presidente e único herdeiro da empresa, João Pacheco, caiu na ilha. – o Sr. Ibrahim explicou.
— E suponho que a nossa missão seja resgatar o Sr. Pacheco. – disse o Capitão Zurique.
— Se vocês a aceitarem. – o Sr. Ibrahim disse.
— Sr. Ibrahim, o Comando Épsilon nunca negou e nem nunca negará nenhuma missão que lhe for dada. – o Capitão definiu.
— Ótimo! Muito bom ouvir isso, Capitão. Assim posso continuar com os detalhes da missão. – o Superintendente disse e continuou. – Apesar de não ser muito grande, a maior extensão da ilha é coberta por uma densa floresta que a transforma em um verdadeiro labirinto. Na parte centro-sul, há um riacho que corta parte da ilha. Nas extremidades, as areias da praia dominam, exceto em dois pontos. Na parte noroeste, há uma camada rochosa que se estende por cerca de um quilômetro. E no extremo sul, um monte se ergue desde o oceano. Seu topo oferece uma parte plana, que é onde vocês irão desembarcar. – o Sr. Ibrahim concluiu.
— Nós vamos de helicóptero? – o Capitão quis saber.
— Sim. Fui informado de que além do piloto e do passageiro, havia uma grande quantidade de armamento pesado no avião. Parece que as Indústrias Pacheco estão a um passo de fechar um contrato com os militares para fornecer armas e munição para as Forças Armadas.
— Então vamos ter que enfrentar caras armados, grande coisa, já pacificamos os morros mais perigosos do Rio. – o Cabo Maki lembrou.
— Não é só isso. Havia também uma arca, contendo uma grande quantidade de material radioativo. Segundo o próprio presidente da empresa, as Indústrias Pacheco estão querendo criar e usar fontes de energia nuclear. Pela papelada que me mostraram, eles já têm o aval do governo.
— Então, teremos que resgatar os sobreviventes, recuperar as armas e o material radioativo? – o Sargento Santana se espantou. – Não dá para um outro Comando vir nos ajudar? Dzeta, Eta, Teta?
— Não. – o Sr. Ibrahim respondeu.
— Iota, Capa, Lâmbda? – a Cabo Caviquioli emendou.
— Mi, Ni, Ksi? – o Cabo Maki continuou.
— Omicron, Pi, Rho? – a Soldado Ramos ajuntou.
— Sigma, Tau, Upsilon? – o Soldado Li perguntou.
— Phi, Khi, Psi, Ômega? – a Tenente Nikolofski finalizou o alfabeto.
— Não. Estão todos ocupados. Assim como o Alfa, Beta, Gama e Delta. Vocês são o único Comando livre e a única esperança do jovem Pacheco. Sabendo que isso é realmente muito para apenas uma equipe, consegui convencer o presidente Pacheco a desistir das armas. Portanto, seus objetivos são resgatar João Pacheco e recuperar o material radioativo. – o Sr. Ibrahim explicou.
— Ah, então não vai ser difícil. A meu ver, o que mais interessam aos presidiários são as armas e os reféns. Logo, só teremos que resgatar os tripulantes do avião e achar o material radioativo. – o Capitão Zurique disse.
— Aí que o senhor se engana, Capitão. Um dos homens mandado para a ilha veio deportado do Oriente Médio, por estar ajudando a criar uma bomba nuclear. O exército norte-americano o prendeu e o mandou para cá. Com o material contido na arca do avião, ele pode construir uma bomba capaz de explodir a ilha inteira e causar uma tsunami que alcançará o continente. – o Sr. Ibrahim esclareceu e todos ficaram quietos. – Antes de irem, duas últimas informações: vocês terão 24 horas para finalizar a missão, pois não podemos deixar o piloto e o helicóptero sozinhos, enquanto vocês vasculham a ilha; no helicóptero, vocês encontrarão um laptop com todas as informações sobre os presos levados para a ilha e um arsenal com as mais diversas e variadas armas. Dispensados. – o Superintendente concluiu.
Após bater continência, os militares saíram e foram direto ao terraço para entrar no helicóptero.
— Essa missão vai ser demais. Seremos conhecidos como o Comando que salvou o herdeiro e vice-presidente de uma grande empresa. – o Sargento Santana imaginou.
— Está mais para o Comando que salvou um riquinho metido que quer vender armas e fazer bombas nucleares no Brasil. – o Soldado Li retrucou.
— Acalmem-se, vocês. – o Capitão interveio. – Relaxem e aproveitem a viagem, pois quando sairmos desse helicóptero, não poderemos descansar por 24 horas.
O Capitão Zurique encostou a cabeça na janela e ficou olhando para fora.
— Essa missão era o que precisávamos. O Comando Épsilon entrará para a história, e eu também. – ele pensou e sorriu.
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