segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A Arte de Roubar T02C01

SEM VOLTA

Joel estava parado em frente a um quadro, em uma das salas de exposição do Museu Oscar Niemeyer, também conhecido como Museu do Olho, devido à sua arquitetura. O quadro mostrava o pôr do sol em uma região montanhosa, onde havia uma cabana em meio à área verde, e uma família descansava nas cadeiras e rede da varanda.
Ele pensou em como gostaria de poder estar assim, com sua mulher e filho, numa cidade pequena do interior. E ele já podia fazer isso, com o dinheiro adquirido no primeiro assalto. Foi então que Joel se lembrou da conversa que teve com Olívio Barton logo depois de entregar o dinheiro para o resto do grupo.
— Bom trabalho, Joel. Eu sabia que seria capaz de fazer isso. – Barton disse. – Sei que vocês precisam dessas duas semanas de intervalo, mas eu já vou preparando os materiais que serão necessários. Então, peço que você já veja o que precisará para a próxima operação. – ele finalizou.
— Sobre isso, Sr. Barton, eu estava pensando, se já não poderíamos parar por aqui? As jóias renderam mais do que eu imaginava. Acho que podemos pular para a empresa que o senhor quer que assaltemos e fica todo mundo feliz. O que acha? – Joel sugeriu.
— Sinto muito, mas isso não é possível, Joel. Eu já separei o dinheiro para as quatro operações. E já estou contando com o lucro de cada uma delas. Não, Joel. É tarde demais para voltar atrás. – Barton decretou.
— Eu entendo. – Joel disse.
Joel viu o carro do empresário se afastar na rua, quando Charger tocou o seu ombro e o trouxe de volta à realidade.
— Vamos para outra sala? Já vi tudo nessa. – ele pediu.
— Claro, vamos lá. – Joel concordou.
Os dois andaram por todas as salas do bloco adjunto do museu. Foram na seção do subsolo, passaram pelo Espaço Niemeyer, com miniaturas de suas obras. Viram as outras salas de exposições e seguiram para o túnel que fazia ligação com o olho. Do outro lado, usaram o elevador para subir.
— Na volta, descemos de escada para olhar os outros andares. – Joel disse e Charger concordou.
No andar do olho, eles viram a exposição principal do mês. Juntamente com os quadros, havia pequenos textos contando a vida do artista. Eles olharam em todos os cantos do local, procurando por câmeras, fontes de alarmes, dutos de ventilação, etc. Ao descerem, fizeram a mesma procura nos outros andares.
Após conhecerem todo o local e andarem por todas as salas do museu, Joel e Charger saíram e voltaram para casa.
— Amanhã, iremos nos reunir com o resto do bando. – Joel disse. – Está tão empolgado quanto eu, Charger?
— Olha, até que eu estou sim. – ele disse e sorriu.


Luiz Facada voltava do mercadinho do bairro, sem perceber que estava sendo seguido. Entrou em sua casa, tranquilamente. As últimas duas semanas do rapaz tinham sido muito boas. Ele estava fazendo tudo direito, sem levantar a suspeita de ninguém, por isso não imaginou o que estava acontecendo.
Assim que ele entrou em casa e fechou a porta, seus perseguidores pegaram o celular e fizeram uma ligação.
— Alô! Crioulo Doido? Conseguimos a localização de onde o Facada está morando. – um deles disse.

Um comentário :

  1. Já disse e repito, crianças adorariam ler seus contos, fácil compreensão.
    Bom início de conto Rick

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