quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Conspiração Temporal T01C01

O FUTURO

Na entrada do que um dia foi a cidade de Foz do Iguaçu, um carro do tipo triforme, de um modelo que muito lembra os antigos Vectra dos anos 2000, parou. A porta do lado do motorista abriu e dela, saiu uma mulher loira e alta, de cabelos curtos e lisos, vestindo uma regata vermelha, uma calça jeans e botas. Do outro lado, saiu uma mulher morena e mais baixa que a primeira, cabelos longos e lisos, vestindo uma jaqueta de couro preta, calça justa preta e botas.
Logo após a Terceira Guerra Mundial, também conhecida como a Grande Guerra, e a extinção dos combustíveis fósseis, foram criados os carros triformes. Eles receberam esse nome por dois motivos: são capazes de funcionar a partir de três fontes de energias, elétrica, nuclear e solar; podem se adaptar para transitar em terra, água e ar.
— Você está com o medidor, Jess? – a loira perguntou.
— Sim, Nanda. – a morena respondeu e, com o medidor, começou a caminhar para frente. – O nível de radiação aumenta a cada passo que eu dou. No centro da cidade deve ser possível não sentir os efeitos radiativos. – Jéssica afirmou.
— Hum, conforme eu suspeitava. Foi bom para confirmar. – Fernanda concluiu. – Parece que esse é o limite.
— Eu ainda não entendo por que atacaram o Brasil e a América do Sul. Não tínhamos nada a ver com a guerra, os livros não explicam...
— Ah! Você ainda acredita nos livros? Mesmo depois de tudo o que passamos? – Fernanda indagou.
— Se eu não acreditar nos livros, vou acreditar em que? Na sua teoria de manipulação? – Jéssica retrucou.
— Muito bem, então me conta, o que dizem os livros? – Fernanda provocou.
— Bom, os livros dizem que a Grande Guerra teve início quando uma bomba atômica foi lançada nos Estados Unidos, que logo foi descoberto ter sido obra dos países do Oriente Médio. – a morena começou.
— Certo, e depois? – a loira quis saber.
— Então, os EUA resolveram dar o troco e enviaram uma bomba também, mas por algum motivo, ela atingiu a Rússia, que imediatamente lançou seus mísseis nucleares contra a América do Norte. Entretanto, todos eles caíram na Europa, dizimando a região. Os países que sobraram revidaram contra os russos, mas, ironicamente, suas bombas atingiram o Oriente Médio, causador de tudo. – a mulher de jaqueta de couro contou.
— E você não vê as coincidências desses fatos? Foi tudo muito bem planejado para atingir esses 4 blocos, desencadeando a Grande Guerra. – Nanda observou.
— Sim, eu sei. E, segundo os livros, foram os tigres asiáticos que fizeram isso. China, Japão e as Coréias. – Jéssica combateu.
— E por que, um ano depois, eles foram dizimados?


— Porque eles foram descobertos, mas o caos já havia se instaurado no mundo. Por isso, a guerra perdurou por mais tempo. – a morena explicou.
— Para alguém que tem resposta para tudo, estou admirada por você não saber por que o Brasil foi atingido também.
— E você sabe? – Jéssica provocou.
— De todas as minhas suspeitas, de todas as hipóteses que criei, tenho apenas uma certeza: o Brasil é o culpado pelo modo como o mundo está hoje.
— O que?! Como você ousa dizer isso, Nanda?
— O Brasil foi o que mais teve vantagem com tudo o que aconteceu. Veja, durante a guerra, ele forneceu armamentos e munição para ambos os lados. Depois, ele passou a ser a maior potência mundial. Nada, mas nada me tira da cabeça de que foi alguém do Brasil que manipulou essa guerra do início ao fim, deixando um terço do planeta, radioativo. – Nanda disse.
— Mas e as bombas...
— Foram apenas uma distração, para ninguém suspeitar, para acharem que éramos tão vítimas quanto os outros. – a loira explicou. – Mas voltando ao nosso problema atual, os livros estão certos com relação a uma coisa.
— O que, Nanda? – Jéssica ficou curiosa.
— Um dos lugares mais seguros, sem radiação e sem o alcance do governo é o interior de Santa Catarina. Podemos ir para lá e conseguirmos um pedaço de terra para nós. Com um pouco de sorte, conhecermos alguns rapazes bonitos e legais. O que acha? – Nanda sugeriu.
— Gostei da parte dos rapazes bonitos e legais. – Jéssica disse e as duas riram, quando o celular de Nanda anunciou uma mensagem.
A mulher loira, que estava sentada no capô do carro, levantou-se, tirou o celular do bolso e leu a mensagem.
— É do Dr. Cintra. Diz: “Tenho ótimas notícias sobre a máquina do tempo, mas preciso de vocês na capital imediatamente.”
— Ele deve ter finalmente terminado, para nos pedir para voltar à capital. O que você acha? – Jéssica perguntou.
               — Acho que os rapazes bonitos e legais terão que esperar. O Dr. Cintra não brincaria com algo assim. E só ele tem acesso a esse número. Vamos, eu dirijo. – Nanda disse e abriu a porta do motorista para entrar. – Está na hora de voltar para Curitiba.

2 comentários :

  1. Adorei seu conto em capítulos Ricky. E a trama é vem avançada e sinceramente espero que seja ficção somente, já que estou bem no coração do Brasil, não quero terminar meus dias radiativada por bombas enviadas pra cá, eu sou da paz.
    Será que o dr Cintra terminou mesmo a máquina do tempo?? Vamos ver...
    Bjks doces

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  2. Nossa!!! Legal este primeiro post, envolvendo o Brasil e todo esse mistério :P já li este, vamos aos próximos hhehe Beijão, Sabrina. ♥

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