terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Arte De Roubar T02C13


CONFIANÇA ABALADA

O dia do pagamento chegou e, desta vez, foi mais fácil que a anterior, pois os valores eram fixos, não como as jóias. Por esse motivo, Léo não precisou ficar de olho na hora da avaliação, o valor era aquele e pronto.
— Aqui estão, senhores! Por mais um trabalho bem feito, a merecida parte de vocês. – anunciou o Sr. Barton. – Por favor, confiram.
Eles não duvidavam que seu financiador tinha colocado a quantia certa nas malas, mas era um procedimento padrão. Dessa maneira, no final da contagem, cada um chegou ao exato valor de 500 mil reais. O empresário estava pronto para ir embora, quando Taís falou.
— Sr. Barton, sei que o plano do Joel são quatro assaltos, mas conseguimos quantias consideráveis nos dois primeiros. Acho que já podemos parar. – a mecânica disse.
— Parar? – o financiador repetiu. – Ainda não contou para eles, Joel? – ele perguntou e o líder do grupo ficou de cabeça baixa. – Entendo. Bom, pelo visto, vocês precisam conversar. Já está na minha hora mesmo. Até mais. – Barton se despediu. E saiu.
O grupo esperou que seu líder se pronunciasse, mas ele nada disse. Foi Bomber quem quebrou o silêncio.
— Joel, você nos deve uma explicação.
— Eu sei. – Joel conseguiu dizer e levantou a cabeça. Olhou para os rostos surpresos, confusos e nervosos que o encaravam. Enfim, contou-lhes toda a conversa que teve com Barton duas semanas antes.
— Por que não nos contou isso antes? – Léo quis saber.
— Eu não sei. – Joel confessou. – Em parte porque imaginei que seria melhor se não soubessem. Mas também não houve realmente uma oportunidade desde que nos reunimos novamente. Espero que me perdoem por isso.
— Nós confiamos em você, Joel. Cegamente, desde o começo. – Taís disse. – Não é legal saber que você escondeu algo de nós. Ninguém está brincando aqui. Se formos pegos, já era.
— Não necessariamente. Estamos no Brasil. Não ficaremos para sempre presos. – Facada disse.
— Acredita mesmo nisso? – Léo interveio. – Isso funciona para os peixes grandes. Somos meros ladrões. Ninguém vai se importar conosco.
— E como sua mãe reagiria a sua prisão? – Bomber emendou.
— Olhem, o Joel deve ter tido seus motivos para omitir essa informação. Não sou que vou questioná-lo, pois até hoje, ele nos levou ao sucesso. – Facada disse, desconversando, irritando-se e ficando de pé. – Estamos perdendo tempo e nos estressando à toa aqui. – ele disse, pegou sua mochila e se dirigiu para a porta de saída. – Joel, conte comigo até o fim de tudo. – disse e saiu.
— Obrigado, Facada. – o líder agradeceu. – Eu devo ir também. Pensem e reflitam sobre tudo. E depois me digam o que decidiram. – Joel pegou sua mochila e saiu também.


Assim que o amigo saiu, Charger, que havia ficado quieto durante toda a discussão, levantou, o que chamou a atenção dos demais restantes.
— Eu já volto. – ele disse.
Joel estava quase na esquina da quadra, quando ouviu ser chamado.
— Espere, Joel. – Charger gritou. – Não fique assim. – disse ao alcançar o amigo. – Eles estão surpresos. Vai passar.
— Eles precisam de um tempo. E eu também. – Joel replicou. – Talvez, isso tudo tenha sido um erro, Charger. Nunca devíamos ter começado essa onda de roubos.
— Ei, não diga isso! Estamos indo tão bem. Logo isso acaba e você verá que foi a melhor coisa que fizemos. Além do mais, eu estou aqui, lembra? – Joel sorriu com as palavras do amigo. – Vou falar com eles, mas me diga qual será o próximo local. Isso vai melhorar o humor deles. – Charger pediu.
— Nós passamos por ele em nossa fuga do museu. – Joel disse.
— Não?! – Charger espantou-se e Joel sorriu. – Como você é ousado, Joel Dasco!
— Eu disse que iríamos agitar essa cidade. – o líder disse e estendeu a mão para o mecânico.
Os dois amigos apertaram-se as mãos fortemente e Joel estava tão animado quanto quando teve a ideia dos quatro assaltos.

Um comentário :

  1. Cara, comecei a ler este conto, então percebi que tem continuação e estórias anteriores.
    Já me programei para ler todos.
    É o tipo estória que gosto.
    Já quero saber como termina.
    Dá um bom livro.

    ResponderExcluir