CONCLUSÃO
Uma semana após a operação na Ilha Prisão, os membros sobreviventes do
Comando Épsilon decidiram sair para beber em um dos vários barzinhos de São
Paulo. Ramos e Zurique chegaram um pouco antes, pois ela queria contar-lhe
algo, mas essa informação não agradou nada o líder do grupo.
— Como assim você vai deixar o Comando? – o Capitão se espantou com a
declaração da Soldado Ramos.
— Não dá mais para continuar. – ela disse.
— Eu não entendo. Explique melhor. – ele pediu.
— Você sabe que eu só entrei no Comando por sua causa. No começo, estava
legal, ficávamos juntos, nas missões e fora delas. Mas às vezes, você ficava
diferente, distante. E o fato de não poder assumir nossa relação dentro do
Comando sempre me incomodou. – ela disse. – Cansei de perder tempo.
— Ainda podemos nos ver, não é? – Zurique perguntou.
— Ah, Renan! Eu gosto muito de você, de verdade. Acho até que teve um
momento em que te amei, mas passou. A rotina militar e falta de romantismo, que
você demonstrava para mim, acabaram com todo o amor. – ela explicou. – Eu
sempre terei um carinho especial por você, como um grande amigo. Além disso,
acho que já tenho um pretendente.
— Que pretendente? – ele quis saber.
— Há três dias, eu recebi um buquê de flores e uma caixa de chocolates
com um convite para sair do João Pacheco. É meio brega, eu sei, mas achei fofo.
Gostei dele, hoje vamos de novo. – Ramos respondeu.
— Espera um pouco! João Pacheco?! O que fomos resgatar na ilha. – o
Capitão ficou surpreso.
— Esse mesmo. – ela disse e se levantou. – Cuide-se, Renan. A gente se vê
por aí. – ela se despediu e virou para sair.
— Ramos! – Zurique levantou e chamou.
— Ah! Você não conseguir mais me chamar pelo primeiro nome é outro motivo
para eu ter saído. – ela disse e saiu do bar.
O Capitão sentou-se desolado. Não esperava por aquilo. Estava até
planejando uma viagem para os dois irem em breve. Não demorou muito e os outros
membros do Comando chegaram. Nikolofski sentou-se à sua esquerda, Maki, à sua
direita, e Santana ficou em frente.
— Nós vimos a Ramos saindo daqui. Onde ela estava indo? – Maki quis
saber.
— Ela... hã... – Zurique gaguejou e contou tudo o que houve.
— Puxa, que pena! Isso quer dizer que o Comando agora se resume a nós
quatro. – Santana observou.
— Sim. – o Capitão concordou.
— O Sr. Ibrahim disse que vai nos ajudar a escolher os novos membros. –
Maki lembrou.
— Mas independente disso, sermos só quatro não é tão ruim assim. Os laços
que nos unem agora estão mais fortes ainda. E, da minha parte pelo menos, não
pretendo sair tão cedo do Comando. – Nikolofski disse e apoiou sua mão direita
sobre a esquerda do Capitão.
Zurique notou o movimento e encarou a Tenente por um tempo. Seus olhos se
encontraram e, pela primeira vez, ele notou a bela mulher que ela era. O
Sargento Santana percebeu o movimento e então, soube que suas chances com
Nikolofski tinham se extinguido por completo. Maki não viu nada, no exato
momento em que isso ocorria, ele estava tomando um gole de cerveja.
— Você tem toda razão. – o Capitão disse e apertou a mão dela. – Agora,
vamos nos divertir. – todos ergueram seus copos. – Uma última coisa, Patrícia,
Full e Zeferino. – os outros se espantaram ao serem chamados pelos primeiros
nomes. – Quando não estivermos de farda ou em missões, podem me chamar de
Renan.
O Comando Épsilon aguardava pelo Sr. Ibrahim na sala de reuniões, quando
este chegou acompanhado por um homem de farda, de alta patente.
— Boa tarde, senhores! E senhora. – ele se corrigiu e Nikolofski sorriu.
– Antes de dizer qual sua próxima missão, quero lhes apresentar o meu
substituto. – os militares se surpreenderam. – A partir de hoje, é ele quem vai
lhes dizer suas missões. E também irá ajudá-los a escolher os novos membros.
Conheçam o Coronel Leonel Macedo. – ele disse e o homem de farda deu um passo à
frente e os militares bateram continência.
— É um prazer conhecê-los. Soube do que passaram na Ilha Prisão. E quero
que saibam que sinto muito por suas perdas. – disse o Coronel. – Contudo, uma
situação surgiu e o recrutamento dos novos membros deverá esperar. Isso é, se
vocês aceitarem sua nova missão.
— Coronel Macedo, como acabamos de nos conhecer, o senhor ainda não deve
saber, portanto vou lhe dizer. O Comando Épsilon nunca negou e nem nunca negará
nenhuma missão que lhe for dada. – o Capitão falou e todos na sala sorriram.
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