SACRIFÍCIO
Agachado e apoiado sobre uma das pernas após ter dado o golpe em Gamba,
Li ergueu a cabeça para localizar os criminosos mais próximos e avançou
rapidamente contra eles. Com um golpe em diagonal com a espada, ele cortou o
primeiro e em seguida, girou, mudou a arma de posição e cortou a cabeça do
segundo. O soldado usou os corpos mortos de seus alvos para se proteger da
chuva de tiros que recebeu, ao mesmo tempo em que olhava para um ponto acima
nas árvores.
— O que está esperando para atirar, Maki, seu baka? Um convite? – Li gritou.
O atirador, que estava parado observando a ação do amigo, acordou de seu
transe e voltou a mirar os criminosos do acampamento e abatê-los. Zurique e
Santana também começaram a lutar, enquanto Nikolofski protegia o corpo de
Caviquioli. Não demorou muito e os adversários dos militares foram mortos ou
neutralizados.
— Que bom que está aqui, Li. – o Capitão disse.
— Pena que não cheguei a tempo, não é? – ele disse com pesar.
— Por que ela não nos esperou? – Maki perguntava.
— Não adianta pensar nisso agora. Foi uma perda lastimável, mas precisamos
seguir em frente. Daqui a algumas horas, o helicóptero chega e temos que
atravessar toda a ilha. – Zurique observou.
— O Capitão tem razão. O Sr. Ibrahim disse que o piloto só esperaria 5
minutos, caso ainda não tivéssemos no local. – Nikolofski lembrou.
Li se aproximou do corpo de Caviquioli e se agachou. Olhou um instante
para ela. Em seguida, pegou-a no colo e encarou os outros.
— Então, não temos tempo a perder, não é mesmo?
Ramos e João Pacheco se juntaram ao grupo, quando este passou por eles. Maki
contou resumidamente o ocorrido para a colega. O silenciou reinou durante todo
o caminho. Todos estavam cansados e tristes demais para falar. Eles decidiram
seguir a margem do rio. Devido ao seu estado, não perceberam o erro até que
fosse tarde demais.
Conseguiram sair da floresta e
iniciaram a subida rumo ao topo do monte onde o helicóptero pousaria. Nesse
momento, ouviram um barulho atrás deles. Vários passos e gritos se aproximavam
rapidamente.
— Não! Eles nos seguiram até aqui? – Maki espantou-se ao ver os grupos
que haviam encontrado pela ilha.
— Fomos desatentos. Devíamos tê-los percebido antes. – Zurique disse no
instante em que o helicóptero surgiu como um ponto distante no céu e seu
barulho se fez ouvir.
— Parece que são muitos. – Ramos observou.
— Eu diria no mínimo vinte. – Li confirmou e passou o corpo da atiradora
para o Sargento Santana.
— E vão nos alcançar antes do helicóptero pousar. – Zurique completou.
— O que faremos, Capitão? – Nikolofski perguntou.
— Vocês vão para o ponto de pouso. Eu fico para segurá-los. – Li se
antecipou para responder.
— Li. – Zurique disse.
— Eu a amava, Capitão. Desde o primeiro dia em que a vi. Não consigo
achar nenhum outro motivo para voltar. – Li disse. – O senhor tem razão, fomos
desatentos e no ponto em que estamos não é possível voltarmos todos.
— Não! Eu não permito que faça isso. É uma ordem, você entendeu? –
Zurique rebateu.
— Nunca fui bom em cumprir suas ordens, Capitão. – o jovem soldado disse.
O helicóptero pousou ao mesmo tempo em que os criminosos saíram da
floresta e avistaram os militares.
— Lá estão eles. – Quebra-Ossos gritou.
— Foi uma honra servir com o senhor, Capitão. – Li disse, virou-se para
os habitantes da ilha e desembainhou sua espada.
Sem tempo e sem outra opção, o restante do Comando entrou no helicóptero.
Zurique olhou para a ilha e conseguiu ver Li acertar dois, se livrar de um e
golpear um terceiro. Mas logo foi atingido e derrubado, e não levantou mais. Afinal,
havia muitos adversários. Eles rodearam o pequeno militar e o chutaram
impiedosamente. O Capitão fechou os olhos. Aquilo era demais para ele.
Aquela era a missão que iria engrandecer o nome do Comando Épsilon e
alavancar a carreira de Zurique, mas o preço tinha sido muito alto.
Às vezes me perco em suas narrativas..rsrs
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