quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Comando Épsilon T01C12


SACRIFÍCIO

Agachado e apoiado sobre uma das pernas após ter dado o golpe em Gamba, Li ergueu a cabeça para localizar os criminosos mais próximos e avançou rapidamente contra eles. Com um golpe em diagonal com a espada, ele cortou o primeiro e em seguida, girou, mudou a arma de posição e cortou a cabeça do segundo. O soldado usou os corpos mortos de seus alvos para se proteger da chuva de tiros que recebeu, ao mesmo tempo em que olhava para um ponto acima nas árvores.
— O que está esperando para atirar, Maki, seu baka? Um convite? – Li gritou.
O atirador, que estava parado observando a ação do amigo, acordou de seu transe e voltou a mirar os criminosos do acampamento e abatê-los. Zurique e Santana também começaram a lutar, enquanto Nikolofski protegia o corpo de Caviquioli. Não demorou muito e os adversários dos militares foram mortos ou neutralizados.
— Que bom que está aqui, Li. – o Capitão disse.
— Pena que não cheguei a tempo, não é? – ele disse com pesar.
— Por que ela não nos esperou? – Maki perguntava.
— Não adianta pensar nisso agora. Foi uma perda lastimável, mas precisamos seguir em frente. Daqui a algumas horas, o helicóptero chega e temos que atravessar toda a ilha. – Zurique observou.
— O Capitão tem razão. O Sr. Ibrahim disse que o piloto só esperaria 5 minutos, caso ainda não tivéssemos no local. – Nikolofski lembrou.
Li se aproximou do corpo de Caviquioli e se agachou. Olhou um instante para ela. Em seguida, pegou-a no colo e encarou os outros.
— Então, não temos tempo a perder, não é mesmo?
Ramos e João Pacheco se juntaram ao grupo, quando este passou por eles. Maki contou resumidamente o ocorrido para a colega. O silenciou reinou durante todo o caminho. Todos estavam cansados e tristes demais para falar. Eles decidiram seguir a margem do rio. Devido ao seu estado, não perceberam o erro até que fosse tarde demais.


Conseguiram sair da floresta e iniciaram a subida rumo ao topo do monte onde o helicóptero pousaria. Nesse momento, ouviram um barulho atrás deles. Vários passos e gritos se aproximavam rapidamente.
— Não! Eles nos seguiram até aqui? – Maki espantou-se ao ver os grupos que haviam encontrado pela ilha.
— Fomos desatentos. Devíamos tê-los percebido antes. – Zurique disse no instante em que o helicóptero surgiu como um ponto distante no céu e seu barulho se fez ouvir.
— Parece que são muitos. – Ramos observou.
— Eu diria no mínimo vinte. – Li confirmou e passou o corpo da atiradora para o Sargento Santana.
— E vão nos alcançar antes do helicóptero pousar. – Zurique completou.
— O que faremos, Capitão? – Nikolofski perguntou.
— Vocês vão para o ponto de pouso. Eu fico para segurá-los. – Li se antecipou para responder.
— Li. – Zurique disse.
— Eu a amava, Capitão. Desde o primeiro dia em que a vi. Não consigo achar nenhum outro motivo para voltar. – Li disse. – O senhor tem razão, fomos desatentos e no ponto em que estamos não é possível voltarmos todos.
— Não! Eu não permito que faça isso. É uma ordem, você entendeu? – Zurique rebateu.
— Nunca fui bom em cumprir suas ordens, Capitão. – o jovem soldado disse.
O helicóptero pousou ao mesmo tempo em que os criminosos saíram da floresta e avistaram os militares.
— Lá estão eles. – Quebra-Ossos gritou.
— Foi uma honra servir com o senhor, Capitão. – Li disse, virou-se para os habitantes da ilha e desembainhou sua espada.
Sem tempo e sem outra opção, o restante do Comando entrou no helicóptero. Zurique olhou para a ilha e conseguiu ver Li acertar dois, se livrar de um e golpear um terceiro. Mas logo foi atingido e derrubado, e não levantou mais. Afinal, havia muitos adversários. Eles rodearam o pequeno militar e o chutaram impiedosamente. O Capitão fechou os olhos. Aquilo era demais para ele.
Aquela era a missão que iria engrandecer o nome do Comando Épsilon e alavancar a carreira de Zurique, mas o preço tinha sido muito alto.

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