terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Decisões

– Eu não sabia disso. – espantou-se Glória. – Meu pai não falou nada sobre esses caras.
– Vai ver ele não achou necessário. Não imaginou que eles conseguiriam achar vocês. – opinou Ana.
– Bom, não há porque me preocupar, eu tenho uma ótima equipe de segurança. Agora, chega desse assunto! Lucy você pode acompanhá-los até os quartos? – ela pediu à filha. – O jantar é às 19h.
A mais nova das Cesca levou os convidados para os seus aposentos e foi para o dela também. Enquanto Carpo tomava banho, Lucy foi visitar Ana, sendo que elas já tinham tomado os seus.
– Posso entrar? – perguntou a mais nova, quando Ana abriu a porta.
– Oi, Lucy! Claro, entra aí. – convidou Ana.
– Valeu! Gosto do seu estilo, prima. – elogiou Lucy ao entrar. – Então, to curiosa, por que você decidiu começar uma busca pela herança da família?
– Acho que quando fiquei sabendo do meu verdadeiro passado, quis saber mais e encontrar essas caixas é minha maior chance. – Ana respondeu.
– Puxa, isso é legal. Quando eu soube, não liguei muito, aliás, não me afetou em nada. – disse Lucy.
– Você é a mais nova, seus laços são menores. Eu e sua mãe nascemos na Itália ainda. Isso pesa. – explicou Ana.
– Eu quero ir com vocês. – pediu a mais nova. – Vai ser bom pra mim, conhecer um pouco do passado da minha família.
– E a sua mãe?
– Eu convenço ela.


Logo, chegou a hora da refeição. Foi tudo muito tranquilo. Ana falou um pouco sobre sua vida na fazenda; Lucy contou sobre seu ano na escola; e Glória contou mais sobre sua história de vida e suas lembranças da Itália. Nada foi comentado sobre as caixas da herança.
Após o jantar e o café, cada um foi para o seu quarto. Já era tarde e no outro dia, seria preciso acordar cedo. Com toda a responsabilidade e emoção do momento, Carpo não conseguiu dormir e decidiu levantar para beber água. Ele foi apenas com a calça do pijama, estava calor e imaginou que não encontraria ninguém acordado àquela hora. Ele se enganou.
– Parece que eu não a única com insônia. – disse Glória, assustando o rapaz.
A dona da casa estava apenas de hobby e com os cabelos soltos, algo inédito para Carpo. Seus cabelos pareciam com o de Ana e ao vê-la daquele jeito, notou que as duas eram bem parecidas. Glória era mais velha e mais encorpada, mas tão atraente quanto a prima. Ela se aproximou do economista, que estava nervoso com a proximidade da imponente mulher.
– Conte-me sobre você, Carpo. No jantar não tivemos tempo falar de você, como se envolveu nisso tudo? – ela perguntou se servindo de água.
Ele contou todo o acontecido, desde que o seu carro quebrou até ele se lembrar do acidente e contar pra Ana, o pai dela contar a verdade e eles irem para São Paulo.
– Você gosta dela, não gosta? – ela perguntou e ele ficou surpreso com a pergunta. – Foi amor a primeira vista, não foi?
– Eu... é... – Carpo gaguejou, enquanto Glória chegava mais perto.
– Comigo foi a mesma coisa, quando fiquei sabendo quem era o pai do meu ex, eu me apaixonei por ele. – ela disse e o rapaz entendeu.
– Ei, não é nada disso! Eu não to nessa por causa de uma provável fortuna deixada por um mafioso. – ele disse se afastando e ficando nervoso.
– Desculpa, eu esqueço que nem todos são como eu. Sabe, Carpo, eu fui muito castigada pela vida, tive que aprender a sobreviver sozinha, mas não me leve a mal. Eu posso parecer amarga e fria, mas é só o meu modo de passar por cada dia. – ela explicou.
– Você é boa, eu sinto isso. Só precisa demonstrar mais. – ele disse.
– Eu nunca baixei minha guarda desse jeito, você passa uma confiança que eu nunca senti antes. O que você tem, Policarpo, que me deixa assim? – ela perguntou, chegando bem perto dele.
– Eu... hã... no momento, tenho sono, uah... – ele inventou um bocejo. – O papo ta muito bom, mas amanhã preciso levantar cedo. Boa noite.
– Minha prima é uma mulher de sorte. – Glória disse quando o rapaz saiu.
– O que essas Cesca tem que me atraem tanto? – ele disse para si mesmo ao deitar na cama.
No outro dia, após o café da manhã, Ana e Carpo já estavam prontos para irem. Apenas esperavam Glória entregar a chave para eles, mas ela não estava encontrando, quando Lucy chegou.
– Lucy, você viu a chave que seu avô me deu? – perguntou Glória.
– Sim, está aqui comigo. – a menina respondeu.
– Ahh, que bom. Então entregue para... por que você ta vestida assim? – ela estranhou vendo a filha pronta pra sair e com uma mochila nas costas.
– Eu vou com a Ana e o Carpo. – informou Lucy.
– Como é que é? – Glória disse séria e surpresa.
– Mamãe, eu to de férias, sou faixa preta em caratê e vou na companhia de dois maiores.
– E por que esse súbito interesse?
– Eu decidi que quero saber mais sobre o passado da nossa família.
– Muito bem. Tenho certeza que você será bem cuidada.
– Isso eu posso te garantir prima. – confirmou Ana.
– Nesse caso, tome. – Glória disse jogando uma chave. – Se vão para Santos, um carro vai ajudá-los.
Ana agradeceu, todos se despediram da mais velha das Cesca e saíram rumo à Santos, à procura das caixas de Don Pepe Cesca.

4 comentários :

  1. Tinha feito um longo comentário mas deu erro. Então vai o resumo:

    A arte de roubar perdeu seu posto de série preferida minha. Se é que eu já não disse isso UAHUAHA mas enfim

    Bjo

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  2. não li os capitulos anteriores, mas consegui me situar um pouco. se não estou enganada, há algo mal resolvido com essa família, certo?
    volto para acompanhar a história ; )
    Abraço

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  3. Olá ricky, belo conto. mas, não li os capitulos anteriores :(
    quando tiver mais tempo eu volto aqui e procuro!

    comenta la?

    http://errosxacertos.blogspot.com/


    Feliz ano novo!

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  4. Glória é golpista e fura-olho... Ah, aí você me quebra! E eu pensando que ela já tinha mostrado as garrinhas por ter casado por dinheiro... kkkkkkk
    Só falta agora Carpo ficar entre as 2, né?? NÃO PODE! kkkkkkkk

    Beijos.

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