terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fuga


Sozinho, no meio da plantação de trigo, sem iluminação alguma, Rubens correu o máximo que pôde para além das terras sem fim do Coronel. Ele ouviu os capatazes correndo e os cães latindo, sabia que logo aquela perseguição teria um fim e não seria nada bom pra ele.
Com seus olhos já acostumados com a escuridão, ele notou a existência de uma árvore bem alta no meio dos pequenos vegetais. Os empregados do Coronel nunca imaginariam que ele estaria ali, afinal era uma espécie bem maior que as outras. Mas o problema era exatamente esse. Conseguir subir aquela árvore tão grande nos poucos segundos que tinha entre ele e os animais.
Quando os capatazes chegaram ao ponto onde estava o grande vegetal, nada viram além dos pés de trigos. Enquanto via seus perseguidores se afastarem ao longo da plantação, Rubens agradeceu o treinamento que teve para sobreviver na Amazônia.
Vendo que o caminho já estava livre, ele pulou o mais silencioso que pôde e pensou no que fazer. Antes de tudo precisava saber se sua mensagem tinha chegado ao destino e como naquele momento já podia ligar, foi o que fez.
 – Alô! Leonel? Recebeu a mensagem? – perguntou Rubens assim que foi atendido. – Ótimo! Olha, a situação complicou um pouco mais, tem como você e sua equipe chegarem até o amanhecer? – pediu o jornalista.

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– Já ta acabando, Doutor? – perguntou o Coronel. – Preciso do Ônix para liderar esses inúteis.
– Quase, Coronel. Foram vários cortes. São precisos muitos pontos. – o doutor explicou.
– Ônix quer vingança. – resmungou o negro.


Rubens voltou devagar para o início da fazenda, resolveu seguir o lado do estábulo. Lá chegando se deparou com um cavalo ainda selado. Ele não pensou duas vezes, montou no animal e cavalgou até os limites laterais da propriedade.
Quando alcançou a cerca, desceu de seu transporte e abaixou o obstáculo para poder passar. Ao ver um conjunto de árvores juntas e perfeitas para escondê-lo, o jornalista se aproximou, amarrou o cavalo e tentou descansar um pouco.
Sem saber quanto tempo dormiu, Rubens acordou devido a um barulho e rapidamente se levantou ficando alerta para qualquer perigo. Vendo que não era nada, acalmou-se e se lembrou de Josué. Era dever dele, ir atrás do rapaz e ele queria fazer, mas ao mesmo tempo sabia o risco que iria correr se fosse até a cidade. Ainda assim, decidiu ir.
Josué caminhava com dificuldade pelo acostamento da estrada que levava à cidade, sangue ainda escorria do ferimento do tiro que havia recebido. Movido pela raiva e pela culpa, Rubens acelerou o cavalo, que conseguiu pular a cerca frontal da propriedade vizinha do Coronel Vespertino.
– Josué! Você ta bem? – perguntou o jornalista, descendo do animal.
– Seu Rubens! O que o senhor ta fazendo aqui? – o rapaz perguntou assustado. – O Coronel colocou todos os homens dele atrás do senhor.
– Eu sei, mas consegui me esconder deles. – acalmou-o Rubens.
– Ei! Que barulho é esse? – perguntou Josué e ambos olharam para cima e para trás.
Vindo da direção da cidade, vários Jipes do exército e da polícia federal. No céu um helicóptero do exército e outro de uma emissora sobrevoavam a região.
– Ei, Josué! Ta a fim de ver a justiça ser feita? – perguntou Rubens com um sorriso no rosto.

3 comentários :

  1. Eita... Rubão botando pra quebrar mais uma vez, heim!? Já estava aqui pensando que no final vc daria um jeito de por aqueeeeele suspense para "cenas do próximo capítulo"... eheheheheheh... tudo vai bem, quando acaba bem!!! :) Agora, curiosa, para saber qual será a próxima aventura do Rubens!!!

    Viu que situação que passei naquele natal!!???? Como eu sempre digo, parecia uma cena de filme pastelão!!! É hilário, relembrar algumas partes!!! Ahhhhhh, mas o marido estava parecendo uma barata tonta mesmo, oras bolas... heheheheheh mas, escrevi carinhosamente, juuuuuuro! rs... aliás, não só ele, como a sogra e o cunhado tbem estavam parecendo três baratinhas tontas, coitados! Eu era a única centrada ali!! kkkkk

    Ahhh, sim... damos presente em dobro para o filhote, um de natal e outro de aniversário. Ele sempre pede que a gente dê junto(marido e eu)... sabe pq? Pq já está numa fase de pedir certas coisa que são mais caras... rssrsrsrsrs... aí, sempre falamos que quando é mais caro, nos juntamos para comprar! heheheh

    bjão JoicySorciere - Blog Umas e outras...

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  2. Uhu!! É isso aí! Chega de impunidade!
    Sobre o seu comentário no meu blog: É que eu derreeeeeeeeto com o calor...Gordinha sofre com essa época do ano, hahahahahhahahaha.
    Adorooo acompanhar os seus textos, sempre emocionantes!
    Beijos
    http://giselecarmona.blogspot.com/

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  3. Eu terminei de ler e única coisa que eu consegui dizer foi: UAU!
    Rubens não brinca em serviço! Sempre se lasca, mas não brinca em serviço. =D

    Pobre Josué... Ao menos ele vai ter a felicidade de ver o coronel se dar mal (espero que o safado não consiga fugir).

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