– Você está atrasada. – Ciano disse ao entrar na sala de dança.
– Ah! Que susto, Ciano! – Caramello exclamou.
– Essa era a intenção. – o mano disse sorrindo. – Vamos! O Alex faz
questão da sua presença.
– Ta, então me ajuda a guardar o material. – ela pediu.
Enquanto colocava a blusa da amiga na mochila dela, Ciano ouviu uma
conversa vinda do corredor. Ele achou estranho, pois imaginou que os membros do
grêmio eram os únicos alunos presentes no colégio. Por isso, foi ver quem
estava ali. O Agente de Segurança do GEAS abriu a porta e viu dois rapazes de
jaqueta de couro e óculos escuros colocando dispositivos que aderiam na parede.
Como se tivessem sentido que estavam sendo observados, os rapazes se
viraram para Ciano, que fechou a porta rapidamente, fazendo barulho. Os amigos
de Mauricinho seguiram em direção à sala de dança. Eles abriram a porta e viram
um rapaz vestindo roupas largas de mano e ao seu lado havia um rádio ligado na
tomada.
– E aí, beleza? – Ciano cumprimentou. – Vocês, por um acaso, já ouviram
os Avassaladores? – o mano perguntou, ligou o rádio e a música começou a tocar.
♪ Sou foda, na cama te esculacho, na sala ou no quarto, no beco ou no
carro... ♪
Ciano começou a dançar na frente dos mauricinhos, que estavam surpresos
pelo que viam e riam entre si. A cada trecho da música, o mano fazia um passo
para uma dupla risonha e desdenhosa. Então, em um movimento mais próximo aos
observadores, Ciano saltou para trás atingindo-os cada um com um pé.
— Agora, Caramello! — ele disse e menina saiu de um amontoado de
colchonete embaixo do qual se escondia.
Os dois membros do grêmio saíram da sala, aproveitando a distração dos
adversários e deixando-os ouvindo a música que naquele momento seguia com o
trecho:
♪ ...pra te enlouquecer, pra te enlouquecer... ♪
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O corredor do lado oposto ao do grêmio estava vazio e por isso, Solano e
as meninas puderam correr com liberdade para a diretoria. A diretora não estava
à espera de visitas, por isso ficou muito surpresa quando os quatro alunos
entraram em sua sala. Ao ver rostos conhecidos, ela se acalmou.
— Estou ocupada agora, crianças. – ela disse.
— Ocupada roubando o dinheiro do colégio, diretora? – Diana perguntou.
— Como você... Ah, claro, como a garota mais inteligente do colégio não saberia?
Pena não haver nada que você possa fazer para impedir. – a diretora falou.
— Pelo contrário, há sim o que fazer. Nós somos quatro e você é só uma.
Diana e Manu se encontravam pouco à frente de Solano e Paty, e os quatro
estavam diante da mesa da diretora Tulipa, que abriu sua gaveta, pegou uma arma
e a apontou para o grupo.
— Mas eu tenho um revólver. – ela informou.
Os membros do grêmio não contavam com isso, nem desconfiavam que a
diretora fosse esse tipo de pessoa.
— Não precisa ser desse jeito, diretora. – Manu disse.
— Precisa sim, Manu. Eu decidi trilhar um caminho sem volta. Agora é
tarde demais. – Tulipa disse.
Enquanto a vice-presidente distraía a diretora, Paty escrevia um SMS em
seu celular e o mostrava a Solano. À direita do rapaz havia uma mesinha com um
vaso de flores em cima. A patricinha não esperou o jogador se decidir, deixou
sua bolsa cair no chão de propósito para chamar a atenção da diretora. Vendo
que não teria outra oportunidade, Solano avançou para o vaso e jogou na direção
da mulher armada, mas esta o viu durante o movimento e, quando ele lançou o
objeto levou um tiro da diretora.
— SOLANOOO! – Diana gritou e foi auxiliar o amigo baleado no ombro.
No instante seguinte, Manu correu, subiu numa cadeira, então para a mesa e,
com o pé esquerdo como apoio, deu um grande e forte chute no queixo da
diretora, fazendo-a cair e desmaiar na cadeira.
— Di, preciso de você aqui. – Manu chamou, já no chão e de frente para o
computador.
— Eu cuido dele. – Paty se ofereceu e uma relutante Diana foi até Manu.
Depois de desviar de dois socos de seu adversário, Alex levou a luta para
a ponte de ligação entre as pontas do U. Mauricinho aproveitou o deslocamento
do presidente do grêmio para acertar um chute em seu peito, fazendo-o cair.
— Qual é, Lemos. Levanta daí, não quero que seja tão fácil.
Alex levantou, encarou seu oponente e investiu contra ele. Mauricinho
segurou o soco e devolveu com outro, Alex se desviou e aproveitou para acertar
o rosto do garoto de jaqueta de couro. Mauricinho cambaleou, mas não caiu e ao
voltar para se equilibrar, veio com mão fechada e acertou seu adversário que
estava desprevenido.
— Esse foi pelo soco que você me deu. – Mauricinho disse. – Só faltou uma
platéia aqui.
Enquanto estava no chão, Alex virou para o lado e observou o pátio
central abaixo de si pela parede de vidro da ponte. Ele viu os amigos do
playboy com quem lutava plantando bombas ao longo do colégio. Começou a se
indagar sobre como iriam detonar e concluiu que não poderiam fazer isso se
Mauricinho estivesse no prédio ainda. Portanto o detonador deveria estar com o próprio
rapaz que acabara de socá-lo. Alex ficou de pé novamente e limpou o sangue do
rosto com o dorso da mão.
— Ah, então você quer mais? Tudo bem, ainda tenho tempo para você. –
Mauricinho falou ao ver seu oponente levantar.
Dessa vez foi o rapaz de jaqueta de couro que avançou. Alex já esperava
por isso e quando o golpe veio, ele se abaixou e investiu contra Mauricinho,
derrubando-o no chão, ficando sobre ele. O presidente do grêmio começou a
revirar os bolsos do outro rapaz.
— Saia de cima de mim, Lemos! – Mauricinho gritou e se debateu.
— Onde está o detonador? – Alex disse após não obter sucesso em sua
busca. – DIGA! – Ele gritou e socou o garoto de jaqueta repetidas vezes.
O sangue espirrava forte no chão, Mauricinho o tossia e já não reagia
mais. Nesse momento, Hugo apareceu na entrada da ponte, com arranhões, rasgos
na roupa e ferimentos leves de sua luta contra os dois amigos de Mauricinho.
— Alex? – o rapaz alto chamou.
— ONDE ESTÁ? – Alex gritou novamente sacudindo o rapaz caído pela gola de
sua jaqueta.
— Você não pode fazer nada. Nós todos vamos morrer na explosão. – o garoto
rico disse e cuspiu mais sangue.
— Onde está? – Alex repetiu com os dentes cerrados.
Para não apanhar mais, Mauricinho contou que o detonador, que também era
um desativador das bombas, estava com seu pai, que, por sua vez, estava na
limusine em frente ao colégio. Alex saiu de cima do rapaz, chamou Hugo e
começou a correr.
— O que você vai fazer, Alex? – o Fiscal de segurança quis saber.
— Vou ter uma conversinha com o Sr. Timbrelago. – o rapaz disse de modo sério.
Alex quase mata o filho, foi tentar matar o pai também.
ResponderExcluirAinda tô rindo com a parte de Ciano e Caramello. Ai, ai...
Pra finalizar meu comentário, quero deixar um pensamento muito profundo e que eu concordo plenamente:
"Traição é traição, romance é romance, amor é amor e um lance é um lance."
Beijos.
História bem cool!Me faz uma visita?
ResponderExcluirhttp://mardeletras2010.blogspot.com.br/2012/05/realidade-ficcional.html