– Vocês não vão! – Giovanni decretou.
– E dois tiozinhos, com mais de 60 anos cada, vão enfrentar uma máfia inteira
sozinho? – Glória indagou.
– Você faz parecer tão negativo. – Toni observou.
– Podemos ser poucos e velhos, mas somos úteis. Se vocês forem, serão apenas
mais uma preocupação para nós. – Giovanni explicou.
– Aí que o senhor se engana, meu tio. Eu sei atirar e pratico desde que a
Lucy começou o caratê. – a mais velha disse.
– E eu sou faixa preta, e também sei atirar, pratico há um ano. – Lucy emendou
e, junto com Glória, olhou para Bárbara.
– Eu... não sei atirar. – ela começou devagar. – Mas dirijo muito bem. –
ela falou rapidamente ao lembrar algo em que poderia ajudar.
– Muito bem, vamos nos armar. – Giovanni aceitou a contragosto e todos saíram
do hotel.
Em uma loja de ferramentas, os Cesca encontraram um velho amigo da família,
Olavo o antigo vendedor de armas.
– No credo! Giovanni! Toni! – o italiano exclamou e abraçou cada um dos irmãos.
– Olavo, precisamos de armas. – Giovanni disse.
– Venham comigo.
Depois de explicada a situação, Olavo mostrou-lhes seu arsenal. Nos fundo
de sua loja havia as mais variadas pistolas, espingardas e automáticas. Os mais
velhos começaram a escolher, sendo seguidos por Glória que entendia um pouco também.
Toni pegou um rifle AK-47, três pistolas e pentes de munição.
Giovanni e Glória preferiram espingardas, mas também pegaram pistolas. Lucy
e Bárbara estavam meio perdidas. A mãe da carateca lhe entregou uma arma, mas
com uma recomendação.
– Tome cuidado, use os ensinamentos das aulas. – Glória disse.
– Sim, mamãe.
Na mansão Martiniani, Carpo, depois que levantou, achou que teria tempo
de ver Ana em determinado momento, mas não conseguiu se livrar dos filhos de Marco.
Eles o encheram de perguntas e, apesar da situação, Carpo simpatizou com os
rapazes. A conversa, porém, foi interrompida por um barulho vindo do portão da
grande propriedade.
Um pequeno caminhão derrubou o portão e ficou transversal ao jardim que o
separava da mansão. Seus ocupantes rapidamente desceram do veículo e ficaram atrás
dele, usando-o como uma barricada para suportar os tiros dos inimigos. No
imenso jardim, havia uma fonte com um chafariz no centro e vários arbustos ao
redor formando um pequeno labirinto.
– Vamos usar a vegetação para avançar até a casa. – Toni disse.
– Há muitos deles. Não dá para ir todo mundo. – Giovanni observou
enquanto o caminhão recebia uma série de tiros.
– E não precisa. – Glória disse. – Lucy, você e Bárbara podem seguir pela
lateral e entrar por alguma janela da casa. Nós cobrimos vocês.
– Sim! – a menina assentiu.
Assim, as duas Cesca seguiram ao lado do jardim e além do trecho que
havia para os carros passarem. Entre uma árvore e outra, elas corriam mais.
Enfim, alcançaram a borda da casa. No entanto, em vez de seguir, Lucy parou,
notando o quanto os inimigos haviam avançado e o quão encurralados seus tios e
sua mãe estavam.
– Prima, segue você. Liberte Ana e Carpo. Eu vou ficar aqui e ajudar a
acertar esses manes. – a carateca disse.
– Cuide-se, Lucy. – Bárbara pediu e foi em busca de uma entrada.
Dentro da mansão, mafiosos corriam para todos os lados buscando munição e
avisando posições. Marco mantinha-se em seu escritório. Marcelo e Bruno foram
até a porta para analisar a situação e informar o Don da família.
Aproveitando a bagunça e falta de atenção sobre ele, Carpo foi onde Ana
estava. Abriu a sala, desvendou-a e começou a desamarrá-la.
– Carpo! O que está acontecendo? Eu ouvi vários tiros. – ela disse. –
Nossa, mas que terno mais...
– Mafioso? Também acho. – ele completou e a atualizou do que estava
acontecendo.
– Então, vamos sair logo daqui. – ela disse e avançou à porta, abrindo-a.
Ao fazer isso, porém, Ana, sendo a primeira a sair, foi vista e
reconhecida.
– Refém em fuga. – um mafioso gritou e atirou em seguida.
A moça só teve tempo de olhar para seu atirador antes de escorregar ao
longo de uma parede com um tiro no ombro esquerdo. Carpo apareceu logo após e
ficou paralisado com o que viu. O mesmo ocorreu com o atirador ao ver o Capo
convidado ali.
– ANAAAAAA! – o economista gritou e abraçou a Cesca.
– Car... po... – ela murmurou.
– Shh, não fala. Pressiona o local aqui. – ele disse e colocou a mão dela
sobre o ferimento. – Nós vamos sair daqui e vai ficar tudo bem, eu prometo.
Carpo levantou, virou-se e encarou bem o mafioso que atirou em Ana. Ele
ficou muito feliz de não ter sido Bruno ou Marcelo, pois não sabe se teria
coragem de fazer o que fez em seguida.
Pela primeira vez em sua vida, Carpo matou uma pessoa.
Nossa... que conto ein? Adorei!!! Eita, tadinha da Ana. Beijos, www.spiderwebs.tk
ResponderExcluirQue historia, hein? Me senti dentro de um filme de ação.
ResponderExcluirParabéns!
Beijos.
Coitada da Ana... E Bárbara que entrou sozinha??? Ela não disse que não sabia atirar? O.o
ResponderExcluirGente, que loucura.
Carpo virando um assassino... Agora a porra ficou séria.
Beijos.
Eita a coisa ta ficando tensa heim?? O enredo está ótimo Ricky, a leitura me prendeu do início ao fim.
ResponderExcluirBeijokas doces
Eita...
ResponderExcluirSempre tem uma primeira vez.
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