Juntando todas as suas forças, o segurança recém acordado levantou e
retirou o dardo tranquilizante de seu pescoço e se dirigiu à área aberta e
destinada aos fumantes, do shopping. Da sacada, tudo que ele conseguiu ver foi
um Charger vermelho seguindo a rua na contramão.
– Por que estamos indo nesse sentido mesmo? – Charger perguntou.
– Eu já expliquei, é uma distração. Com o alarme dado, todas as viaturas
vão precisar de um alvo, mas na contramão tudo fica mais difícil.
– E pra onde vamos mesmo? Boqueirão?
– Quase, é um barracão lá no Parolin. Vamos pela canaleta, sem os ônibus
vai ser muito rápido. – Joel disse.
Depois de passar algumas quadras, o veículo alcançou o terminal do bairro
Campina do Siqueira, e logo surgiram os primeiros carros policiais.
– Despiste-os, Charger. – Joel pediu.
– Deixa comigo!
O rapaz ligou o nitro do carro e se distanciou de modo significativo das
viaturas. Eles estavam numa subida e ao chegar ao topo, devido à velocidade, o
carro saiu alguns metros do chão e bateu estrondosamente ao descer, mas manteve
a aceleração. Quando os policiais alcançaram o topo, eles viram o Charger
vermelho sumir no fim da rua. Enquanto isso, o Chrysler dirigido por Taís se
encontrava do outro lado da cidade.
– Que caminho vamos seguir? – Facada quis saber.
– Vamos até o contorno leste e pegar a entrada para o CIC, de lá vamos
dar uma puta volta até chegar ao centro de operações. – Taís explicou. – Léo
vai ver o caminho mais rápido para irmos.
– Sim, senhora. – Técno Léo brincou.
No caminho do ônibus, mais duas viaturas surgiram. Por estarem perto da
rua onde iriam virar, Joel decidiu intervir. Pegou um rifle, abriu a janela e
mirou para atirar.
– No pneu, atira no pneu! Eles nunca fazem isso nos filmes. – Charger
lembrou.
– Eu sei, eu sei.
Tentando mirar com o movimento do carro, Joel acertou primeiro os faróis
e depois foi baixando a arma até conseguir acertar um dos pneus, o que foi
suficiente para o primeiro carro tombar e o segundo bater em seguida.
– É isso! – Joel vibrou.
– IAHUUUUUUU! – Charger gritou e ligou o nitro de novo.
No barracão, eles foram recebidos rapidamente pelos olhares atentos dos
funcionários. O local era uma grande mecânica que também funcionava como
desmontadora de carros roubados. Charger parou o carro e Joel desceu para ser
recebido por um velho amigo.
– Joel, meu amigo! Há quanto tempo. – o dono do local disse.
– Sim, muito tempo. – Joel respondeu abraçando-o. – Charger, você se
lembra do Albie.
– Claro que sim! Como vai?
– Albie, preciso que você pinte esse carro para mim antes do amanhecer. –
Joel disse.
– Pintar? Como assim? – Charger perguntou, surpreso.
– Charger, já conversamos sobre isso. – Joel disse.
– Qual vai ser a cor? – Albie devolveu para Joel.
– Algo neutro e que seja rápido. – o líder do grupo respondeu.
– Muito bem. Enquanto isso é feito, por que não esperam em minha sala?
Tem uns sanduíches e bebidas no frigobar. – Albie disse sussurrando a última
frase.
Depois de abocanhar um pedaço de um misto frio, Charger perguntou.
– Por que tudo isso, Joel? Por que não fomos simplesmente para casa?
– Quantos Charger vermelho você já viu soltando nitro pela cidade? – Joel
devolveu a pergunta.
– Na verdade, esse foi o primeiro que vi, e eu tava dirigindo.
– Exato. Todos os policiais devem estar atrás de um Charger vermelho
agora e é por isso que não podemos estar dentro de um. Você entendeu?
– Sim. E depois o que?
– Deixamos o carro no centro de operações e passamos os próximos dois
dias em casa. – Joel explicou.
Mente maléfica, hein? kkkkkk
ResponderExcluirE eu só fico pensando em como será a separação do dinheiro, se eles vão mesmo se dar bem ou não.... E a esposa de Joel hein? São muitas indagações na minha cabeça.
Beijos.