segunda-feira, 7 de maio de 2012

Resgate


Como não sabia atirar, Maurição não recebeu uma arma de fogo, mas sim um colete à prova de balas, caso ocorresse algo errado. Ele tinha terminado de tirar o terno e ficar somente com o uniforme de limpeza, quando o elevador abriu.
– Muito bem, Maurição... hmm... somos só nós dois agora... hmm... o Joca vai auxiliar o Zé. – Rob disse pelo comunicador.
– Por que você está fazendo pausas enquanto fala?
– Estou... comendo! – o rapaz respondeu.
– Ta, para onde devo ir? – Maurição perguntou.
– Só um pouco. – Rob pediu.
No helicóptero, os dois rapazes comiam seus lanches, ao mesmo tempo em que ajudavam Maurição, Zé Mané e Érica na operação. Como chegaram antes do outro grupo, eles já começaram a comer, devido à fome que sentiam. Então, quando a operação teve início eles tiveram que manter as duas coisas.
– Passa o catchup, Joca.
– Ta na mão.
– Humm, assim é bem mais saboroso. – Rob comentou.
– Ei, cuidado para não melar o laptop hein. – Joca aconselhou.
– Eu sei, eu sei. Você também hein. Eu falei para comer a batata antes. – Rob lembrou.
– Hã... pessoal? Que tal um pouco de foco na missão? Onde está a Duda? – Maurição interrompeu.
– Ah, sim, claro. Bem lembrado, Maurição. – Rob disse e olhou na tela de seu laptop. – É sua próxima porta à esquerda.
– Descreva o interior. Quantos homens têm lá dentro?
– Um só. O problema é que ele está atrás de uma mesa do lado oposto da sala. Você não chegaria nele antes de levar um tiro. Duda está amarrada numa cadeira. – Rob explicou.
– O que eu faço então? – Maurição quis saber.
– Espera! Ele está levantando. – Rob disse entusiasmado. – Está indo para a porta. Vai lá, Maurição, e espere meu aviso.
– Está bem. – o rapaz disse e ficou de frente para a porta da sala.


O segurança ficou com vontade de ir ao banheiro e decidiu que não teria problema em deixar uma garota amarrada sozinha alguns minutos. Ele passou por ela e estava a dois passos da porta, quando esta se abriu violentamente contra ele e empurrou-o para trás, fazendo-o bater na mesa.
– Segura para mim? – Maurição disse, entrando e jogando a mochila que carregava.
Num movimento reflexo, o homem segurou o objeto, por isso não viu até que o punho de Maurição o acertasse no rosto, nocauteando-o.
– Você está bem? – ele perguntou tirando a fita adesiva da boca de Duda.
– Sim. Ei! Você é o amigo do Zé, não é? – ela perguntou.
– Isso. Pode me chamar de Maurição. Eu vim aqui te resgatar. – ele disse, enquanto desamarrava as mãos dela.
– Cadê o Zé? – ela quis saber.
– Não diz a verdade! Se ela souber que o Zé ta no prédio não vai querer sair sem ele. – Rob gritou.
– Como você sabe? – Maurição perguntou.
– É melhor prevenir. – o rapaz helicóptero disse.
– Com quem você está falando? – Duda perguntou, confusa.
– O Zé está te esperando. – Maurição respondeu, ignorando a última pergunta e desamarrando os pés dela.
– Ótimo! – ela disse, alegre ao levantar. – Como vamos sair daqui?
– Vista isso! – ele disse e entregou um uniforme da equipe de limpeza para ela.
Duda, já disfarçada, e Maurição saíram da sala. O corredor estava livre, mas assim que o segurança acordasse, eles teriam pouco tempo para sair de lá.
– Rob? – o rapaz musculoso chamou.
Chiga im fente e vire a póxima dieita. – Rob disse de boca cheia.
– Sua mãe não te deu educação, não? – Maurição reclamou seguindo com Duda na direção indicada.
Os dois entraram no elevador de serviço e o rapaz apertou para descer.
– Não se preocupe. Vai ficar tudo bem! – ele disse.
– Ah! Droga! – Rob gritou.
– O que foi? Aconteceu alguma coisa? – Maurição gritou, assustado.
– Aconteceu! Espirrou catchup no meu monitor. – Rob disse com voz chorosa e Maurição revirou os olhos e tapou o rosto com uma das mãos.

2 comentários :

  1. Ri do final, li o "Ah! Droga!" e pensei: Lascou, o segurança acordou e tá indo atrás dele. Sebo nas canelas!
    E aí ele fala do catchup. Huahuahuahuahua Sacanagi.

    Beijos.

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  2. kkkkk
    Catchup no monitor e o amigo enrascado.
    Só rindo mesmo.

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