quinta-feira, 13 de junho de 2013

Caos Urbano T01C07

SEM AS PERNAS

― Isso só pode ser brincadeira! – Raquel disse ao ver o novo corpo encontrado no meio do mato, atrás de um campinho de futebol.
― Receio que não, detetive. – o policial devolveu.
― Quem encontrou? – ela quis saber.
― Aquele garoto. – o oficial apontou para o menino que, acompanhado do pai, conversava com outro policial. – Disse que veio pegar a bola que foi chutada para cá.
― Obrigada. – Raquel agradeceu e se aproximou do corpo, que já estava sendo observado por um dos peritos. – E aí, Mateus, o que pode me dizer só de olhar?
― Além do fato de a vítima estar sem as duas pernas? Bom, ela com certeza não foi morta aqui. Ela foi morta, teve as pernas cortadas e então foi trazida para cá. – o perito disse.
― Nessa ordem? Como sabe que as pernas não foram cortadas enquanto ela ainda estava viva? – a detetive indagou.
― Não sei. – Mateus devolveu com um sorriso. – Mas logo saberei. – finalizou com uma piscada.
― Liga quando tiver novidades. – ela pediu e saiu.
Do campinho, Raquel se dirigiu para o Asilo Ipiranga. Encontrou Copi no jardim. Ela sentou ao seu lado e contou para ele tudo o que acontecera na noite anterior e na manhã daquele dia. Tudo mesmo.
― E ele ainda não veio falar comigo. Fica difícil de entender assim. Primeiro, ele insiste para ser meu parceiro e quando eu começo a gostar da ideia, ele some. – ela finalizou o monólogo.
― Talvez ele decidiu que era a hora de você seguir seu caminho sozinha. – Copi opinou.
― É, talvez. – ela concordou.
― E, talvez, você possa me falar sobre seu novo caso. – ele pediu.
― Ah sim, claro. – ela disse e riu. – Bom, parece que há mais um colecionador de partes humanas na cidade. Dessa vez foram as duas pernas. – ela informou.
― Esse é mais ambicioso. Fale-me sobre os cortes.
― Foram na metade das coxas. Ele teve o cuidado de limpar o sangue antes de jogar a vítima onde foi encontrada. – Raquel contou.
― Hum, qual o gênero da vítima? Estava com roupa ou sem roupa? – Copi quis saber.
― Era mulher, estava nua. Sem peças de roupa ou documentos. – ela disse com pesar.
― Isso foi trabalho de profissional. Ele é bem melhor que o Dedos dos Pés. Esse caso não vai ser tão simples quanto o anterior. – o velho disse.
― Então o Caso Dedos dos Pés foi simples para você? – ela perguntou e os dois riram. – Baseado no que disse, é possível dizer que quem fez isso é ou um médico muito experiente, ou alguém com alto conhecimento de anatomia e fácil acesso à equipamentos cirúrgicos.
― É um bom jeito de resumir. – ele concordou.


Ainda antes do almoço, Raquel foi no Instituto de Criminalística para ver se havia algo descoberto, mesmo sem ninguém ter ligado para ela.
― Diz que você já começou a ver o corpo do meu caso. – ela entrou falando ao legista.
― Acabei de começar. Ainda vai levar um tempo. – Rezende respondeu e a moça fez expressão de decepção. – Mas já tirei fotos dos cortes e mandei para a Ana. Se quiser, pode ajudá-la a achar a arma do crime.
― Sim! – ela respondeu e com um sorriso, saiu.
O mais rápido que conseguiu, Raquel chegou a uma sala laboratorial com um pequeno balcão, encostado na parede do lado, em que se encontravam um notebook e várias armas brancas. Ao fundo, uma grande mesa continha vários pedaços de perna de porco cortados. Uma bela mulher morena, com a pele mais clara que Raquel, mas os cabelos tão negros quanto, se preparava para fazer o próximo corte.
― Ah, não me diga que você já acabou? – a detetive perguntou.
― Esse foi o último. Sinto muito. – Ana, que estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo e uma franja caída pelo lado esquerdo da testa, respondeu. – Mas venha, ainda pode acompanhar a procura por combinação que o computador está fazendo. – ela chamou e as duas olharam atentas para a tela do aparelho.
― E... temos uma combinação. – Ana anunciou. – E uma bem rara por sinal.
― É mesmo?
― Sim. Somente um hospital tem esse tipo de serra aqui em Curitiba. É um modelo novo para cirurgia de amputação de membros. – a morena perita informou.
― Então, acho que está na hora de eu ir nesse hospital. – Raquel disse e as amigas sorriram uma para a outra.

2 comentários :


  1. Oi Ricky!
    Caramba...que coisa mais louca!!! Vamos ver se as pistas levam logo á resolução desse caso!
    haha meus papos furados filosóficos? Nunca imaginei isso rs. E vc disse certo..tem horas que devemos aproveitar as oportunidades...eu já deixei passar muitas oportunidades boas...
    hashash eu jurava que as gfoto do furgão era sua rs. E minha coleção de perucas cresceu bem até..mas agora vou dar uma pausa rs.
    bjs

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  2. Se as pernas são as da foto... que desperdício.

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