quarta-feira, 14 de maio de 2014

Conspiração Temporal T03C02

2. AS CRIATURAS


― O Dr. Cintra está vivo? – Jess perguntou com os olhos brilhando.
― Isso está muito suspeito. Como conhecem ele? Como sabem da gente? – Nanda devolveu sem se abalar e os dois homens se olharam e sorriram.
― Ele avisou que seria assim. – Edgar disse sorridente. – A morena é mais emotiva e praticamente choraria, enquanto a loira não acreditaria e pediria por provas. – ele disse surpreendendo-as.
― Parece coisa do doutor mesmo. – Nanda disse também sorrindo e se convencendo.
― E então? Qual das duas beldades vai querer ir comigo aqui atrás? – Angu perguntou e recebeu silêncio e olhos arregalados como resposta.
― Ele está brincando, tem lugar para as duas na cabine. – Edgar disse e as duas deram a volta para o outro lado.
― O que eu fiz de errado? – o arqueiro quis saber.
― Você forçou. Lembre-se: não se deve forçar uma mulher a nada, você deve fazer com que ela tenha vontade de fazer. Quando isso acontecer, ela será sua. – o mais velho disse.
Com todos a bordo, o carro se pôs em movimento. Por onde passava, o barulho atraía as criaturas do local, mas apenas por um instante.
― Como nos encontraram? – Nanda perguntou.
― O doutor criou um aparelho que pode dizer quando há alteração na energia temporal ou alguma coisa assim. – Edgar respondeu. – Olha, sei que vocês devem ter muitas perguntas, mas não poderei ajudar muito nessa parte física do negócio. – ele avisou.
― Muito bem, então nos fale sobre essas criaturas. – Nanda pediu. – O que são elas?
― São mortos-vivos. Zumbis. Mordedores. Comedores de cérebro. É só escolher um. – o motorista disse.
― Como isso é possível? – Jess quis saber.
― Nunca subestime a perversidade da mente humana. – Edgar disse.
― E deixe eu adivinhar: você também não vai falar mais sobre isso. – Nanda disse e o motorista sorriu.
Após alguns minutos, Jess começou a perceber que estavam indo para o oeste da cidade. A situação nos bairros não estava diferente do centro. As ruas estavam cobertas de areia, as residências estavam quebradas e havia criaturas por todo lugar.
Então, eles chegaram em uma área repleta de prédios nos dois lados da rua. Ali, havia alguns trechos sem areia, pois a rua estava subindo e logo, era apenas asfalto.
― A areia acabou. – Jess notou.
― Sim. Nós estamos chegando. – Edgar avisou.
No bairro em que estavam havia muita área verde. No lado esquerdo da rua, Jess conseguiu ver que tinha alguns prédios baixos construídos e se lembrou do que havia naquele lado da cidade.
― Estamos perto da Universidade Positivo, não? – ela perguntou.
― Não só estamos perto como é para lá que estamos indo. – Angu disse colocando seu rosto na janelinha de ligação entre a cabine e a caçamba.
― Uau! – Jess exclamou.
Edgar pegou um aparelho de comunicação que estava em um suporte no painel do carro.
― Grisalho para Torre. Grisalho para Torre. Câmbio. – ele disse e esperou até que uma voz feminina respondeu.
― Torre na escuta, Grisalho. Está pronto para entrar? – perguntou a voz.
― Samara? – Edgar perguntou. – Não sabia que era seu plantão hoje.
― Não era. Eu pedi para esperá-lo. Você demorou, tio Ed. – a voz o repreendeu.
― Eu sei, me desculpe. – ele pediu. – Agora abra o portão e vigie, enquanto entramos. – ele soltou o botão de falar e se dirigiu às moças. – Era minha sobrinha Samara.
― Percebemos. – Nanda disse.
― Ela é uma das melhores atiradoras de elite que temos. – informou o motorista.
― Ela parece jovem. – Jess comentou.
― E é. É o nosso prodígio, tem 13 anos. – Edgar contou e surpreendeu as viajantes do tempo.


Um grande portão com grandes espinhos de metal se abriu bem antes do carro se aproximar. Alguns zumbis tentaram entrar, mas foram atingidos por tiros vindos da torre de vigilância, que ficava em frente à entrada.
A Universidade Positivo era um vale, com um lago em seu fundo. Suas ruas circundavam todo o campus. Edgar virou à direita e seguiu até ser obrigado a virar à esquerda. Deste ponto a estrada começou a descer, o veículo foi até seu limite e então subiu novamente. Ao fim, virou à esquerda novamente. Edgar foi até o fim dessa rua também. Quando estava na metade da última rua, ele entrou em um estacionamento.
Assim que o veículo parou, seus ocupantes desembarcaram. As duas viajantes do tempo esperaram pela liderança do mais velho, enquanto Angu descia da caçamba.
― Angu, guarde a caminhonete para mim. Eu vou levá-las até o Dr. Cintra e já te encontro na cozinha. – Edgar disse e o arqueiro assentiu.
― Até mais, senhoritas. – Angu se despediu e saiu com o carro.
O mais velho levou as duas amigas até a entrada do que um dia foi o bloco de laboratórios físicos, químicos e biológicos da universidade. No andar térreo, havia uma sala em que foram colocados vários sofás e poltronas. Na parede externa foi construída uma lareira, de onde crepitava um tímido fogo.
Na poltrona mais próxima do calor, estava confortavelmente sentado um homem velho, vestindo uma camisa velha e uma calça social, lendo um livro. Ao verem seu querido amigo, as amigas não aguentaram.
― Dr. Cintra! – Jess foi a primeira a chamar e avançar para o cientista.
― Oh! Vocês chegaram! – ele disse ao ouvir, levantar e ser preso em um forte abraço da morena de jaqueta de couro.
― Sentimos sua falta, doutor. – Nanda disse abraçando também.
― Vou deixá-los à vontade. – Edgar disse e saiu.
― Obrigado, Edgar! – Cintra agradeceu.
― Nos desculpe, doutor, nós falhamos em nossa missão. – Jess disse tirando os óculos e limpando as lágrimas.
― Jess está certa, fomos ao passado para melhorar a nossa época, mas acabamos piorando tudo. – a loira disse com pesar.
― Acalmem-se! Para tudo dá-se um jeito. – ele disse em tom paternal.

Um comentário :

  1. Isto está me lembrando o de volta para o futuro rss.
    Será que elas terão que voltar ao passado e falar com o Zé novamente?
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