― O Dr. Cintra está vivo? – Jess
perguntou com os olhos brilhando.
― Isso está muito suspeito. Como
conhecem ele? Como sabem da gente? – Nanda devolveu sem se abalar e os dois
homens se olharam e sorriram.
― Ele avisou que seria assim. –
Edgar disse sorridente. – A morena é mais emotiva e praticamente choraria,
enquanto a loira não acreditaria e pediria por provas. – ele disse
surpreendendo-as.
― Parece coisa do doutor mesmo. –
Nanda disse também sorrindo e se convencendo.
― E então? Qual das duas beldades
vai querer ir comigo aqui atrás? – Angu perguntou e recebeu silêncio e olhos
arregalados como resposta.
― Ele está brincando, tem lugar
para as duas na cabine. – Edgar disse e as duas deram a volta para o outro
lado.
― O que eu fiz de errado? – o
arqueiro quis saber.
― Você forçou. Lembre-se: não se
deve forçar uma mulher a nada, você deve fazer com que ela tenha vontade de
fazer. Quando isso acontecer, ela será sua. – o mais velho disse.
Com todos a bordo, o carro se pôs
em movimento. Por onde passava, o barulho atraía as criaturas do local, mas
apenas por um instante.
― Como nos encontraram? – Nanda
perguntou.
― O doutor criou um aparelho que
pode dizer quando há alteração na energia temporal ou alguma coisa assim. –
Edgar respondeu. – Olha, sei que vocês devem ter muitas perguntas, mas não
poderei ajudar muito nessa parte física do negócio. – ele avisou.
― Muito bem, então nos fale sobre
essas criaturas. – Nanda pediu. – O que são elas?
― São mortos-vivos. Zumbis.
Mordedores. Comedores de cérebro. É só escolher um. – o motorista disse.
― Como isso é possível? – Jess
quis saber.
― Nunca subestime a perversidade
da mente humana. – Edgar disse.
― E deixe eu adivinhar: você
também não vai falar mais sobre isso. – Nanda disse e o motorista sorriu.
Após alguns minutos, Jess começou
a perceber que estavam indo para o oeste da cidade. A situação nos bairros não
estava diferente do centro. As ruas estavam cobertas de areia, as residências
estavam quebradas e havia criaturas por todo lugar.
Então, eles chegaram em uma área
repleta de prédios nos dois lados da rua. Ali, havia alguns trechos sem areia,
pois a rua estava subindo e logo, era apenas asfalto.
― A areia acabou. – Jess notou.
― Sim. Nós estamos chegando. –
Edgar avisou.
No bairro em que estavam havia
muita área verde. No lado esquerdo da rua, Jess conseguiu ver que tinha alguns
prédios baixos construídos e se lembrou do que havia naquele lado da cidade.
― Estamos perto da Universidade
Positivo, não? – ela perguntou.
― Não só estamos perto como é
para lá que estamos indo. – Angu disse colocando seu rosto na janelinha de
ligação entre a cabine e a caçamba.
― Uau! – Jess exclamou.
Edgar pegou um aparelho de comunicação
que estava em um suporte no painel do carro.
― Grisalho para Torre. Grisalho
para Torre. Câmbio. – ele disse e esperou até que uma voz feminina respondeu.
― Torre na escuta, Grisalho. Está
pronto para entrar? – perguntou a voz.
― Samara? – Edgar perguntou. –
Não sabia que era seu plantão hoje.
― Não era. Eu pedi para
esperá-lo. Você demorou, tio Ed. – a voz o repreendeu.
― Eu sei, me desculpe. – ele
pediu. – Agora abra o portão e vigie, enquanto entramos. – ele soltou o botão
de falar e se dirigiu às moças. – Era minha sobrinha Samara.
― Percebemos. – Nanda disse.
― Ela é uma das melhores
atiradoras de elite que temos. – informou o motorista.
― Ela parece jovem. – Jess
comentou.
― E é. É o nosso prodígio, tem 13
anos. – Edgar contou e surpreendeu as viajantes do tempo.
Um grande portão com grandes
espinhos de metal se abriu bem antes do carro se aproximar. Alguns zumbis
tentaram entrar, mas foram atingidos por tiros vindos da torre de vigilância,
que ficava em frente à entrada.
A Universidade Positivo era um
vale, com um lago em seu fundo. Suas ruas circundavam todo o campus. Edgar
virou à direita e seguiu até ser obrigado a virar à esquerda. Deste ponto a
estrada começou a descer, o veículo foi até seu limite e então subiu novamente.
Ao fim, virou à esquerda novamente. Edgar foi até o fim dessa rua também.
Quando estava na metade da última rua, ele entrou em um estacionamento.
Assim que o veículo parou, seus
ocupantes desembarcaram. As duas viajantes do tempo esperaram pela liderança do
mais velho, enquanto Angu descia da caçamba.
― Angu, guarde a caminhonete para
mim. Eu vou levá-las até o Dr. Cintra e já te encontro na cozinha. – Edgar
disse e o arqueiro assentiu.
― Até mais, senhoritas. – Angu se
despediu e saiu com o carro.
O mais velho levou as duas amigas
até a entrada do que um dia foi o bloco de laboratórios físicos, químicos e
biológicos da universidade. No andar térreo, havia uma sala em que foram
colocados vários sofás e poltronas. Na parede externa foi construída uma
lareira, de onde crepitava um tímido fogo.
Na poltrona mais próxima do
calor, estava confortavelmente sentado um homem velho, vestindo uma camisa
velha e uma calça social, lendo um livro. Ao verem seu querido amigo, as amigas
não aguentaram.
― Dr. Cintra! – Jess foi a
primeira a chamar e avançar para o cientista.
― Oh! Vocês chegaram! – ele disse
ao ouvir, levantar e ser preso em um forte abraço da morena de jaqueta de
couro.
― Sentimos sua falta, doutor. –
Nanda disse abraçando também.
― Vou deixá-los à vontade. –
Edgar disse e saiu.
― Obrigado, Edgar! – Cintra
agradeceu.
― Nos desculpe, doutor, nós
falhamos em nossa missão. – Jess disse tirando os óculos e limpando as
lágrimas.
― Jess está certa, fomos ao
passado para melhorar a nossa época, mas acabamos piorando tudo. – a loira
disse com pesar.
― Acalmem-se! Para tudo dá-se um
jeito. – ele disse em tom paternal.
Isto está me lembrando o de volta para o futuro rss.
ResponderExcluirSerá que elas terão que voltar ao passado e falar com o Zé novamente?
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