quarta-feira, 21 de março de 2012

Toni e Bárbara


Bárbara Cesca se formou em Relações Públicas e conseguiu se efetivar no estágio em que estava na época em que terminou o curso. Ela trabalhava em uma empresa de vendas no centro da cidade. Ela era uma mulher alta; com belos, longos e lisos cabelos loiros; seu corpo era atlético, um pouco devido aos intensos exercícios que fazia, um pouco pela genética da família que ela desconhecia.
Nascida e criada na capital paranaense, aos 26 anos, ela morava com seu pai, Antonio, no bairro Boa Vista. Ao chegar no Brasil, Toni, como era mais conhecido, precisava arranjar um emprego rapidamente, por causa de sua mulher, que estava grávida. Ao contrário de Carlo, ele não teve tanta sorte na grande metrópole de São Paulo, e também não queria ir para o interior, como Giovanni.
Para acomodar sua futura família, o ex-mafioso escolheu uma capital menor que São Paulo e Rio de Janeiro, mas igualmente agitada. Em Curitiba, ele começou sua nova vida e a trabalhar em redes de supermercados. Com o tempo ele cresceu profissionalmente até que atingiu o atual cargo, gerente da rede Super Muffato Hipermercado, no bairro Portão.
Sua mulher morreu, quando Bárbara ainda era pequena. Um câncer lhe acometeu e, na tentativa de retirá-lo, ela não sobreviveu à cirurgia. Toni sentiu muito a morte da esposa. Logo, a falta dela foi se acentuando mais, inclusive nos afazeres domésticos. Por ainda ser nova, Bárbara não tinha aprendido muito nessa área e seu pai, devido ao machismo passado pela família, também não ajudava em nada. Assim, ambos tiveram que aprender a viver e a se ajudar juntos.


Já era hora do seu almoço, quando Toni foi interceptado por três jovens: duas moças e um rapaz. A mais alta falou.
– O senhor é Antonio De Lucca? – Ana perguntou.
– Sim, sou eu. – o velho respondeu.
– Nós somos suas sobrinhas.
– Tio Toni. – Lucy emendou emotiva.
– Acho que vocês se enganaram. Eu não tenho irmãos. – o homem disse. – Como poderia ter sobrinhas?
– É, eu sei como é. – Ana começou. – Meu pai também não tinha irmãos. – o gerente ficou quieto e a moça continuou. – Meu nome é Ana Paula Cesca, filha de Giovanni Araú... Cesca. – ela se corrigiu. – Essa é Luciana Cesca, filha de Glória Cesca, filha de Carlo Cesca. E esse é Policarpo Quaresma Barreto, grande amigo da família. – ela finalizou apontando para cada um ao apresentá-los.
– Você não devia repetir esse nome tantas vezes assim em público. – ele disse chegando perto de Ana e fazendo-a sorrir e levantar uma sobrancelha.
– Tio Toni! – Lucy quase gritou e agarrou no pescoço do gerente, que não pôde deixar de sorrir com o gesto da menina.
– Melhor conversarmos em outro lugar. Venham, vamos para minha casa. – ele disse ao se separar de Lucy e cumprimentar os outros.
No caminho para casa do caçula de Don Cesca, Ana sentou no banco do carona ao lado do tio, Carpo e Lucy foram atrás. A bela morena aproveitou para contar tudo o que aconteceu desde que ela encontrou o economista na estrada. De como conheceu Glória, do ocorrido em Santos, até decidirem ir para ali. Ele resmungou alguma coisa, mas preferiu falar somente em casa.
Na sala de estar do sobrado de Toni, todos tomavam uma xícara de café que ele mesmo serviu. Após um generoso gole da bebida, o anfitrião decidiu falar.
– Por que estão procurando esse tesouro? Pelo que me contaram, todos são bem de vida. – ele disse.
– Primeiro porque é nosso direito. – Ana começou, notando a má vontade do tio. – E, depois, porque estou curiosa para saber o que é.
– É, tio Toni, eu também estou. Conte-nos o que sabe. – Lucy pediu.
Nesse momento, ouviu-se um barulho de carro na frente da casa e Toni foi ver quem era.
– É minha filha, Bárbara, prima de vocês. – o velho disse da janela.
– Suponho que não tenha contado nada para ela ainda, não é? – Ana indagou e Toni fez que não com a cabeça. – Então acho que chegou a hora da verdade, tio.
– Está na hora de contar a verdade, tio Toni. – Carpo provocou e recebeu um olhar furioso do velho, mas logo sua expressão mudou.
– Vocês têm razão! Estão prontos para conhecerem a Bárbara? – ele perguntou e, em seguida, abriu a porta para sua filha entrar.

4 comentários :

  1. Por que tem sempre que acabar quando começamos a ficar curiosos?????
    Vamos esperar o próximo capítulo. Adorei
    Beijokas doces

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  2. Oi Ricky!
    Rapaz..vc tem um dom enorme para criar novas histórias e contos! To impressionada!
    Então eu também não conhecia sobre piratas do Rock até ver o filme que um conhecido me passou. Ixi que estréia o que! O filme é meio antiguinho já! Tem que procurar o dvd (recentemente vi á venda nas Lojas Americanas) ou tentar baixar na net mesmo (se bem q ue tá osso sem o Megaupload). Eu acho o rock inglês excelente mas éfato que os EUA também possuem excelentes bandas. Mas sei lá, os ingleses tem estilo rs.
    bjs

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  3. Concordo com a Marly!
    Ricky pare de nos deixar curiosos! hahaha

    BjO
    http://www.the-sook.blogspot.com.br/

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  4. Querido, está cada dia melhor para escrever seus contos, heim!? Estou gostando de ver...

    bjks

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