segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Arte De Roubar T03C08

TODOS DENTRO

Sem contar tudo, Joel disse à Taís que precisava resolver um negócio no Shopping Mueller e pediu que o esperasse no último andar do prédio. Ele se dirigiu à praça de alimentação e, após procurar um pouco, foi até onde estava uma bela loira com terno executivo.
― Que bom que veio, Joel! – ela disse. – Não sabe o quanto fiquei feliz quando me ligou para marcar esse encontro.
― Queria ter marcado em outras circunstâncias. – ele disse e, ao ver a expressão confusa dela, continuou. – Eu vou viajar, Lívia.
― Para onde? Por quê? – ela quis saber.
― Minas Gerais. Surgiu um negócio lá, a empresa quer que eu vá. – ele mentiu. – Ficarei fora umas 3 semanas, no mínimo.
― Poxa, logo agora que nos reencontramos. – ela lamentou.
― Sim, também sinto. Por isso, vim me despedir hoje. – Joel disse e se levantou. – Tchau, Lívia.
― Já? Não vamos poder almoçar juntos? – ela perguntou.
― Infelizmente não. Devo ir agora. – ele apressou.
― Tudo bem. Cuide-se, Joel. E não vamos mais perder o contato, hein. – ela disse.
Ele assentiu com a cabeça e os dois se abraçaram forte. O rapaz saiu e não olhou para trás. Lívia ficou vendo o amigo partir e quando este sumiu de vista, foi decidir o que comer. No andar de cima, Joel encontrou Taís na seção de cinema, olhando os cartazes.
― Estava pensando, se teremos que fazer hora, por que não assistindo um filme? – ela sugeriu.
― Ótima ideia! – Joel concordou e sorriu.


Era hora do almoço. Léo bateu o cartão e voltou para o arquivo, pois precisava estar sozinho para fazer o que devia. Luana percebeu a ausência do amigo no refeitório e foi chamá-lo no local de trabalho.
― Não vai comer? – ela perguntou.
― Estou sem fome hoje. Mais tarde, como alguma coisa. – ele disse.
― Mas aí, não almoçaremos juntos. – ela apontou.
Léo daria tudo para ficar mais tempo junto com Luana, mas o dia da operação havia chegado e o dever vinha em primeiro lugar. Afinal, se não fosse ele ter se infiltrado no banco para roubá-lo, nunca teria conhecido a garota.
― Desculpa, Lu. – ele lamentou. – Amanhã, almoçamos juntos. Eu prometo. – ele disse, sabendo que não haveria amanhã.
Ela saiu e ele voltou a se concentrar em seu trabalho. Invadiu os sistemas de agenda de compromissos de todos os andares e marcou uma reunião para as 16h30 com um dos cabeças. Sabendo que haveria uma confirmação por parte da recepção, ele fez com que as ligações feitas para o ramal do funcionário colocado na reunião fossem direcionadas para o celular dele.
― Pronto. Agora é só esperar. – disse para si mesmo.

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Por volta das 16h30, um Charger azul marinho chegou na entrada da garagem do banco. O vidro do motorista abriu e uma mão com um cartão surgiu de dentro do veículo. O segurança ficou olhando com curiosidades para o carro que nunca tinha visto ali antes, mas quando o cartão funcionou e a cancela abriu, ele relaxou.
Ao mesmo tempo, Taís e Joel chegaram à recepção pela entrada principal. Após uma ligação para confirmar a reunião, eles foram liberados para entrar. De lá, foram para o refeitório. Do jeito que estavam, passariam facilmente despercebidos. Ele estava de terno e gravata e ela com um traje social, camisa e calça, seu cabelo cacheado estava preso para cima, com uma franja lhe caindo na testa.
Facada e Charger estavam igualmente bem trajados e com óculos escuros para não serem reconhecidos. Em uma área aberta do terceiro andar ao lado do refeitório, Joel falou com os recém chegados pelo comunicador.
― Estão dentro? – perguntou.
― Sim. – responderam.
― Vamos ficar cada um em um andar. Eu vou para o sétimo, Taís para o sexto, Charger para o quinto e Facada para o quarto. Usem o elevador de serviço para não precisar passar pelas recepções. Fiquem nos banheiros até Bomber dar o sinal. – Joel disse e os outros concordaram.

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