VEREDICTO
― O júri chegou a um veredicto? – o
juiz perguntou aos jurados.
― Sim, Meritíssimo. – o porta-voz do
júri respondeu.
― E qual seria? – o juiz quis saber.
― O júri considera o réu: para a
acusação de porte ilegal de arma, culpado; para a acusação de
tentativa de homicídio, culpado.
― Começamos bem, hein. - Joel sussurrou
para Lívia.
― Isso já era esperado. Agora vem o
importante. - ela devolveu o sussurro.
― …para a acusação de formação de
quadrilha, inocente. - o porta-voz disse e o público se agitou,
forçando o juiz a bater o martelo. - E para a acusação de roubo,
inocente.
O juiz esperou o silêncio acontecer para
dar a sentença.
― Joel Dasco, devido ao fato de você ser
réu primário e não ter negado as acusações das quais foi
considerado culpado, vou sentenciá-lo a 500 horas de trabalho
comunitário mais uma multa de 1500 reais. - o mais velho da sala
decretou.
― Muito obrigado, Meritíssimo. - Joel
disse.
― Mas que raio de sentença é essa? O
senhor está maluco? - Barton gritou ao juiz. - Cadê a justiça? -
ele disse e se levantou.
― A justiça está no fato de que recebi
há pouco uma prova de que o IP do computador que adulterou as
câmeras é da sua empresa. Logo, pode esperar um longo processo a
caminho. - o juiz declarou quase rindo e também se levantou.
― O que? - o empresário surtou. - Você
está louco? Ele enganou todos vocês, é tudo armação dele, seu
velho insano. - Barton disse espantando a todos e irritando o juiz.
― Agora, o senhor passou dos limites! - O
juiz disse. - Guardas! Prendam-no! - ordenou e os oficiais foram até
o empresário.
― Não! Me soltem! Sabem quem eu sou? -
Barton gritou e foi sendo arrastado da sala. - Isso não acabou,
Dasco! Eu ainda acabo com você!
― Até mais, Barton! - Joel disse e
acenou.
Quando o empresário foi levado pelos
guardas, o público foi deixando a sala.
― Você não tem medo, Joel? - Lívia
perguntou enquanto esperavam para sair.
― Claro que tenho, mas ele não precisa
saber. - o réu absolvido disse.
No corredor do fórum, Mayara e Leandro
esperavam por Joel e Lívia.
― Papai! - o garoto chamou ao vê-lo e
correu para o colo do pai.
― E aí, filhão! - Joel disse ao pegá-lo
e beijá-lo. - May. - disse ao chegar perto da esposa. - Obrigado por
vir.
― Não podia deixar o pai do meu filho ir
para a cadeia. - ela respondeu.
― Esse foi o único motivo? - ele quis
saber.
― Não. - ela disse com relutância. -
Mas agradeça a sua amiga, se não fosse ela, eu não teria nem
cogitado vir.
― Eu sei. - Joel disse e olhou para a
loira que ficou vermelha de vergonha.
― Que isso, gente. Não foi nada. - ela
disse e eles saíram do fórum.
Do lado de fora, Joel reconheceu cinco
pessoas em um grupo de seis que estava reunido próximo do local.
― Ei, vocês vieram! Não é perigoso
estarem aqui? - Joel disse ao se aproximar, mas não conseguiu falar
mais nada antes de receber um abraço de cada um de seus amigos:
Charger, Taís, Tecno Léo, Luiz Facada e Bomber. - Você, eu não
conheço. - disse à mulher que estava com Bomber.
― Meu nome é Sandra. Sou a namorada do
Marcelo. - ela respondeu.
― Foi por ela que eu saí do grupo e
deixei de participar da última operação. Sinto por isso, Joel. -
Bomber disse
― Não sinta. Se eu tivesse deixado tudo
isso de lado por uma mulher desde o começo, eu não teria quase sido
preso. - Joel disse e olhou para May. - Aproveitando, pessoal, essa é
a dona do meu coração, May.
― Muito prazer! - ela disse.
― Bom, eu vou indo. Vocês têm muita
conversa para pôr em dia. - Lívia disse e começou a se virar.
― Como assim? - Joel perguntou. - Você
mentiu em um tribunal de justiça para me defender e precisa receber
por isso.
― Tem razão. - ela concordou.
― Vocês estão sem carro agora, né? -
Joel lembrou ao perguntar para os amigos.
― Na verdade, não. Mas vamos esperar a
poeira baixar para te atualizar. O Barton pode estar à escuta.
Aliás, cadê ele? - Charger disse.
― Foi preso. - Joel chocou a todos. -
Vamos para o Centro de Operações. Conto tudo lá.
Escreve muito bem! Apesar de ser uma narrativa longa para ler online me prendeu do inicio ao fim! Parabéns pelo talento!
ResponderExcluirhttp://mardeletras2010.blogspot.com.br/2013/11/ha-mais-coisas-entre-o-ceu-e-terra-do.html
Como o Barton é idiota... --' Não pode desacatar "a lei" em público. No Brasil, só se pode desacatar em particular, pois paga uma propina e fica tudo bem.
ResponderExcluirVai ter mais? Diz que sim, vai!
ResponderExcluirEsta é a minha série preferida.
Ah, quero o telefone desta advogada he he he,