AS DISCÍPULAS
DE BALTAR
Enquanto engatinhava pelo dutos
de ventilação da AgEsp, Duda se lembrava da última coisa que Baltar lhe disse.
― Nos últimos cinco dias, você
alcançou um nível que muitos demoram anos. Também foi a primeira vez que ensinei
de modo tão intenso para alguém. Então, lembre-se, você pode estar bem para
alguém que treinou cinco dias seguidos, mas a Érica vem treinando há mais de
dois anos. – o espião disse. – E não esqueça, a sua luta com ela não é o foco
principal. Se ver que não vai ganhar, fuja. Não há vergonha nenhuma nisso.
Conversaremos através dos comunicadores quando necessário. – ele concluiu.
Segundo uma dica dele, a loira
ficou sabendo que a Agente E malhava todas as manhãs bem cedo. E era para lá
que Duda se dirigia. Depois de muito estudar as plantas da Agência de
Espionagem, a garota sentia que já conhecia o prédio há tempos, mesmo tendo ido
só uma vez.
Ela pulou do duto e deu poucos
passos até a entrada da academia da AgEsp. Sua oponente não demorou para vê-la.
― Então você veio me derrotar? –
Érica disse quase rindo.
Duda avançou em seu traje de
ninja, apenas andando normal. Então, a voz de Baltar surgiu em sua mente. “Não
espere pelo primeiro golpe, pegue-a desprevenida”. E foi o que ela fez.
― Veio para me derrotar ou para
me admirar? – a espiã provocou quando a ninja loira parou a três passos dela.
Érica recebeu um soco como
resposta. A surpresa do impacto a fez recuar um passo, isso deu tempo para Duda
engatar uma joelhada na barriga da espiã. Em seguida, a ninja pegou na gola da
camiseta e na cintura de Érica, girou-a e a jogou contra uma barra vazia que
estava em um suporte.
“Eu treinei a Érica para usar
qualquer coisa do ambiente como uma arma e é isso que ela sempre faz. Esteja
preparada para fazer o mesmo.” A voz de Baltar falou na mente de Duda.
A espiã pegou a barra com a qual
colidiu, e que devia pesar 10 quilos, e a bradou contra sua oponente. A ninja
loira olhou ao redor procurando por uma barra também, mas quando viu, Érica já
avançava contra ela. Duda desviou da primeira estocada e depois pulou quando a
espiã tentou um golpe lateral.
De barra na mão, a loira pôde se
defender melhor. Aço contra aço, o som retiniu e Duda sentiu o impacto em seus
músculos, enquanto Érica não aparentava nenhuma reação. A espiã tentou uma
rasteira com a barra, mas sua adversária pulou e jogou a barra contra ela, que
abaixou a cabeça rapidamente antes de ser atingida. Quando Duda pôs os pés no
chão, Érica deu a segunda a rasteira, e esta deu certo.
― Muito bem, vamos ver quem está
por trás da máscara. – a espiã disse confiante na vitória.
Lembrando do treinamento, Duda
deu um pulo e ficou de pé.
― Ela é rápida também. – Érica
elogiou, enquanto as duas deram um tempo para respirar.
“Mantenha seu jeito silencioso. É
difícil vencer o silêncio.” Duda lembrou das palavras de seu mestre. A loira
investiu novamente, mas dessa vez Érica se defendeu de todos os golpes. “Ela
está atenta agora.” Duda pensou.
― O que foi? Perdeu o gás? – a
espiã provocou.
“Não tenho como vencer. Ela é bem
melhor.” A loira concluiu e passos foram ouvidos no corredor. As garotas
olharam para a porta e Duda aproveitou para socar sua oponente desprevenida.
Quando se recuperou do golpe traiçoeiro que levou, Érica viu a ninja correndo e
pulando para o duto de ventilação.
― Volta aqui, sua vadia loira.
Essa luta não acabou. – a espiã gritou, mas não conseguiu impedir a fuga da
ninja.
― Érica, está tudo bem? – Baltar
perguntou surgindo atrás da morena.
― Baltar, que bom que está aqui.
Tem uma invasora no prédio. – ela disse. – Precisamos avisar ao Krusma.
― Você precisa ir à enfermaria
cuidar desse nariz. – o espião falou à ex-discípula. – Deixa que eu falo com
Krusma. Mantenha isso em segredo, sim? Não queremos causar pânico para os novos
espiões em treino. – Baltar disse e saiu.
Ao entrar em sua sala, Krusma se
deparou com uma garota loira sentada em sua cadeira, lendo um fino fichário,
com os pés em cima da mesa.
― Quem é você? E o que faz na
minha sala? – ele esbravejou e a garota o olhou e fechou o que estava lendo.
― Ela é a nova espiã da agência. –
Baltar disse surgindo ao lado do chefe.
― Baltar, o que você...? Agora,
eu me lembro. Você é a namorada do Zé Mané, não é? – Krusma perguntou e a loira
confirmou com a cabeça.
― Reconhece? – ela jogou o arquivo
que estava lendo.
― É o dossiê do caso Parvo. Mas
ele estava seguramente trancado no arquivo da agência. – o chefe disse
surpreendido.
― Não tão seguro assim. – Duda
disse.
― Você fez de novo, não é? –
Krusma disse ao espião.
― Sim, mas relaxa, eu não quero
seu cargo. Estou muito novo para ter um trabalho tão chato. Só acho que
precisamos de um novo sistema de segurança. – Baltar disse. – Vamos, Agente D.
Você tem se trocar para conhecer sua equipe.
― Equipe? Agente D? – o chefe
admirou.
― O Daniel saiu há uma semana,
então estamos com a vaga de Agente D livre. E, sim, uma equipe. Achou que eu
queria uma parceira? Sabe que eu trabalho sozinho. – o Agente B piscou para
Krusma e saiu com Duda em seu encalço.
kkkk
ResponderExcluirEntão era a Duda.
Acho que esta briguinha tem mais do que treinamento. Bateu um ciuminho do Zé.
Então além do o Baltar treinar a Duda ele ainda incentivou a luta?? Hahahah Imaginei ele comendo uma pipoquinha e vendo tudo enquanto pensava: "Bom, acho que seria demais se eu tivesse pedido que ela passasse óleo no corpo e usasse uma regata branca..."
ResponderExcluirFiquei torcendo pra a traiçoeira da Duda levar umas porradas. ;X
^^'
Beijo.