SEM MOTO
― Então é aqui que vocês ficam. –
Carol disse ao entrar em um dos locais seguros do Motoqueiro das Trevas.
― Não, aqui é onde eu fico. O
Borba fica no local seguro do Abranches. – Ian esclareceu e foi até a cozinha.
― Uma pena terem pego sua moto,
né? – a advogada disse e o seguiu com Borba.
― Ou talvez tenha sido um sinal.
– Ian disse e sentou à mesa.
― Sinal do que? – Carol quis
saber.
― De que talvez seja a hora de
parar. – o ex-advogado disse.
― Logo agora que eu entrei no
time. Você está louco? Você não pode deixar de ser o Motoqueiro das Trevas. – a
morena disse com veemência.
― Ela está certa. – o ex-militar
concordou. – Depois de tudo pelo que você passou. Parar não é solução.
― Eu nem tenho mais moto. – Ian
argumentou.
― A pessoa não deixa de ser
motoqueiro só porque não tem mais moto. – Borba disse. – Com ou sem moto, você
é o Motoqueiro.
― Mas de que adianta lutar tanto
se as pessoas me veem como inimigo. Eu tenho que fugir da polícia quase todas
as noites. – Ian disse, se levantou e foi até a geladeira. Pegou três garrafas
d’água e distribuiu.
― E as pessoas que se sentem mais
seguras hoje graças a ação do Motoqueiro das Trevas? – Carol perguntou e
continuou. – Eu não concordo com seu método, mas admito que a criminalidade
diminuiu bastante desde que você começou com isso. – ela disse e também
levantou, indo até o ex-advogado.
― Isso é verdade, amigão. Apesar
de algumas pessoas não verem, você faz o bem. E o bem não pode parar. – Borba
disse e se juntou ao casal de pé.
― Acho que vocês têm razão.
Talvez, tudo o que aconteceu hoje tenha sido bom, para reinventar o Motoqueiro.
– Ian disse se animando.
― Assim que se fala. – Carol
disse e pegou na mão do rapaz. – Bom, temos muito o que fazer. Vou ligar para o
escritório e desmarcar meus horários. – avisou e saiu da cozinha.
― Ian, não falei nada antes, mas
não acha perigoso ela entrar nessa? – o ex-militar ponderou.
― Perigoso demais. – Ian
respondeu. – Mas ela quer estar aqui, e o que é pior, eu quero que ela esteja
aqui. Me dá um ânimo a mais.
― Então, não temos outra opção,
não é? – Borba disse e Ian esperou a resposta. – Vamos protegê-la a qualquer
custo. – disse e arrancou um sorriso do amigo.
― Pronto, por onde começamos? – a
advogada disse ao voltar.
― Sinto por ter deixado ele
escapar. – a detetive se desculpou.
― Não foi sua culpa. – o Delegado
Rocha disse. – Você conseguiu o que ninguém antes chegou nem perto. Pegou a
moto dele, encurralou-o e ainda nos conseguiu dois vagões cheios de
traficantes. Um dia, você vai me substituir.
― Nem brinca com isso. Eu comecei
praticamente ontem. – Raquel disse e riu. – Mas fica tranquilo, farei de tudo
para conseguir prendê-lo.
― Não tenha pressa. Vá para casa
descansar, você já fez muito. – o superior disse à detetive.
― Tudo bem então. Mas amanhã bem
cedo, estarei no distrito. – ela avisou e foi embora.
Em casa, Raquel jogou a bolsa no
sofá e foi direto para o quarto/suíte dela. Tirou a blusa e a jogou na cama. O
mesmo destino tiveram a calça, as meias e a camiseta. No banheiro, a detetive
abriu as torneiras do chuveiro e deixou a água cair até aquecer. Depois de
tirar sua roupa íntima, ela deu início ao seu banho.
Enquanto, a água molhava todo o
seu corpo moreno e seus cabelos encaracolados, Raquel relembrava seus atos no
começo da manhã. Nunca havia imaginado que um dia tomaria tais decisões.
Entretanto, ela sabia que não adiantava ficar remoendo aquilo. O que estava
feito, estava feito. Ela colocou uma camisola e dormiu pesadamente assim que
deitou em sua cama.
No outro dia, a detetive chegou
bem cedo, como prometeu.
― Espero que esteja recuperada. –
um policial lhe disse ao chegar.
― Por que? – ela quis saber.
― Uma família foi esquartejada no
Uberaba. – ele explicou.
Ai, minha falta de tempo não está me deixando acompanhá-lo! :[
ResponderExcluirTo sentindo que haverá um romance entre o motoqueiro e a detetive.
ResponderExcluirMeu comentário será apenas para dizer: Ó, Nossa Senhora dos Escritores de Contos, faça com que o Claudio esteja errado. Amém.
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