EM FRANGALHOS
― Ora, mas não é que vocês são alguma
coisa. - Rubi disse assim que seus quatro colegas caíram para as
duas espiãs.
Érica e Duda arfavam, recuperavam o fôlego
de uma intensa luta contra dois oponentes. A morena estava mais suada
e foi menos atingida, já a loira tinha sangue escorrendo do nariz e
da boca, e muitos pontos doloridos no corpo.
― Devemos ir as duas juntas, algo me diz
que essa daí é pior que os caras que acabamos de derrotar. - Érica
disse.
― Por mais louco que isso seja, eu
concordo. - Duda assentiu e notou que a secretária tirava seu
paletó.
― Chega de papo. - Rubi disse e investiu
contra a morena.
Foi tudo muito rápido. Ela tomou um longo
impulso e correu já socando com a mira no rosto da Agente E, que só
teve de dar um passo para trás e se esquivar. Duda mal conseguiu ver
e logo era só uma espectadora da luta.
Érica se defendia como podia, mas a
adversária era muito rápida. Rubi socou com a direita e a morena
bloqueou com a esquerda dela e devolveu com a direita, mas essa foi
segura pela esquerda da de franja. Aproveitando o espaço livre, a
secretária chutou lateralmente a barriga da espiã.
A Agente E arqueou devido a impacto do
golpe e sua oponente aproveitou para lhe dar um forte soco com a
direita que quase a derrubou. No desespero, Érica tentou um soco
contrário com a esquerda, mas Rubi se esquivou e devolveu com um
grande chute no tórax da morena, que bateu contra a parede.
― Confesso que eu esperava mais. - a
secretária disse e nesse momento, ouviu passos à sua esquerda.
Duda investiu com um soco lateral na mulher
de franja, mas esta a deixou passar, segurou seu braço com a mão
direita e deu um golpe com a esquerda na aticulação do cotovelo,
fazendo a espiã loira urrar de dor. Rubi soltou o braço da
adversária e puxou o cabelo dela com força para trás, chegou bem
perto e olhou bem fundo para os olhos verdes de Duda.
― Achou mesmo que conseguiria me atingir?
- perguntou.
― Nem por um segundo, mas eu precisava
ganhar tempo. - a Agente D disse e Rubi olhou para onde Érica tinha
caído.
A secretária largou o cabelo da loira e
olhou para os lados, mas tarde demais. A Agente E surgiu à direita
de Rubi e, com as duas mãos unidas, acertou o queixo dela de baixo
para cima.
― Eu chamo isso de Golpe Manchete. -
Érica disse e avançou com um chute na barriga da adversária.
Rubi arqueou e teve sua cabeça agarrada
pelas duas mãos de sua oponente. Na sequência levou uma forte
joelhada no rosto que a fez ajoelhar e cair desmaiada aos pés de
Érica.
― Assim que eu gosto. - a morena falou. -
Você está bem? - perguntou à Duda.
― Vou ficar. - a loira disse e forçou um
sorriso.
― Ei, você realmente se dispôs a dar
sua vida para me salvar. - Érica lembrou.
― Não é o que parceiras de missão
fazem? - a Agente D devolveu e as duas sorriram.
Picodemo era muito mais forte e mais
treinado que Rubens havia imaginado. O jornalista conseguiu acertar o
primeiro soco, depois disso só apanhou. Estava tentando achar uma
brecha na defesa do empresário, mas estava muito difícil.
― Achou que conseguiria me vencer tão
fácil? - Picodemo provocou e deu outro soco. - Apesar de ter uma
equipe de segurança, eu mesmo sou bem preparado para quando o pior
acontecer. - disse e mais um soco fez o paulista cambalear.
Rubens sentia o sangue escorrer por seu
rosto e todos os pontos doloridos de seu corpo o deixavam mais lento.
Pela primeira vez, ele sentiu que havia chegado ao seu limite.
Enquanto pensava, Picodemo conseguiu quebrar sua fraca defesa e o
derrubou. Nesse momento, uma porta se abriu e fechou.
― Aí, seu engravatadinho do mal! - Zé
chamou e Picodemo se virou para encará-lo. O espião notou que o
empresário tinha tirado a gravata para lutar. - Oh! Você está sem
gravata. Isso faz com que o que eu disse seja sem sentido.
― O que está fazendo aqui, Zé? Você
não sabe lutar. - Rubens disse do chão.
― Não importa! Se é o que preciso fazer
para o sucesso da missão, é o que farei. - o espião falou
decidido.
― Ouça o seu amigo, rapaz. Saia daqui,
eu não bato em manés. - Picodemo disse.
― Para você, é Zé Mané! Vamos lá!
Está com medinho? - Zé provocou e ergueu os braços de modo
desajeitado. - Cai dentro! - o espião gritou e o empresário caiu.
O primeiro soco quase fez o espião cair. A
última vez em que Zé esteve em uma briga foi no ensino fundamental
quando alguns valentões decidiram que ele deveria apanhar por tirar
uma maior que a deles. O Agente Z não se lembrava muito dessa época,
mas tinha quase certeza de que a dor de antigamente não chegava nem
perto da atual.
Picodemo seguiu com uma joelhada na boca do
estômago, o que fez o espião cuspir sangue. O empresário uniu as
mãos e golpeou com toda sua força as costas de Zé, fazendo-o bater
com tudo no chão. O espião não conseguia mexer nem um milímetro
de seu corpo. Ele sentia dor em lugares que nem imaginava que poderia
doer. Naquele momento, Zé se sentiu fraco e impotente, pois toda a
sua inteligência não valeria de nada para ajudá-lo. Sua visão
estava embaçada devido ao sangue que pingava por sobre seus olhos.
Toda a cena brutal que foi obrigado a
assistir deu a Rubens um novo gás. O Zé podia ser mané uma boa
parte do tempo, mas sem ele nada daquilo teria sido possível e as
mulheres do futuro nunca teriam chegado a cumprir seu objetivo. Foi
então que o jornalista percebeu que o verdadeiro salvador do futuro
do mundo era o rapaz de camisa xadrez.
― Ei! - o paulista disse puxando Picodemo
pelo ombro esquerdo e dando-lhe um soco que o fez recuar dois passos.
- Seu oponente sou eu!
O empresário limpou o sangue da boca e
sorriu. Avançou contra Rubens, mas seu soco foi bloqueado. O
jornalista aproveitou e acertou-o com um soco de baixo para cima no
queixo. Na sequência, girou em seu eixo e deu um chute no peito do
adversário que atingiu uma parede, batendo sua cabeça e
desamaiando. Rubens correu para o amigo caído.
― Zé! Ei, Zé! Fala comigo, amigão! - o
jornalista ajudou o espião a levantar.
― Rubens! Você está bem. - o Agente Z
disse abrindo apenas um olho. - Acho que estou com algumas costelas
quebradas. - ele disse gemendo.
Mancando e devagar, os dois voltaram à
sala do computador central e a encontraram vazia.
― Cadê o Alex? - Rubens perguntou e Zé
apontou o telão.
― Esse garoto é incrível. Nessa idade
conseguiu fazer o que três técnicos de informática formados
precisaram de anos tentando. - o espião elogiou. - A Érica me disse
que o Alex tem o melhor de nós dois: minha inteligência e sua
esperteza.
― Isso quer dizer que um dia ele será
melhor que nós dois juntos. - o jornalista observou.
― Sim, um dia ele irá nos superar. - Zé
concordou.
― E o que faremos com relação a isso? -
o paulista indagou.
― Vamos guiá-lo para que aconteça da
maneira correta. - Zé disse e sorriu sentindo doer todos os músculos
necessários para isso.
A conta do hospital vai ser grande.
ResponderExcluirRindo muito do comentário do Claudio. HAHAHAHAH!
ResponderExcluirO consolo do Zé é que é preferível quebrar as costelas do que uns socos que façam quebrar os dentes (eu acho... o.O Afinal, espero nunca quebrar nada ^^).