PROVA
Apesar de não haver provas
concretas que comprovem a participação de Joel no assalto ao prédio de Barton,
o ladrão achou melhor Lívia ir ver o que Taís encontrou nos documentos que
roubou. Após muita insistência de Joel, a loira aceitou ser buscada por um de
seus amigos.
― O Polaco pode ser nosso aliado
hoje, mas ele ainda é um traficante e a Vila Zumbi ainda é perigosa para quem é
de fora. – o ladrão argumentou.
O local marcado foi um shopping.
A própria Taís foi buscar a advogada. Após o reconhecimento inicial, foram para
o carro. No caminho, conversaram sobre Joel e o processo. Um pouco antes de
chegar, a morena deu um aviso.
― Você vai precisar fazer vista
grossa para o que verá onde estamos. – Taís disse.
― Eu entendo. – a advogada disse.
Ao entrarem na casa, a morena foi
procurar os três amigos para a loira conhecê-los.
― Esse é o resto do grupo:
Charger, Léo e Facada. – Taís disse e apontou para cada um enquanto falava. –
Essa é a Lívia, amiga e advogada do Joel. Nós vamos lá para o meu quarto, está
bem? – ela avisou aos amigos.
Enquanto subia as escadas, a
loira viu um homem mal cheiroso com sacos de maconha, indo para os fundos.
Lembrando das palavras da morena, ela desviou o olhar. O quarto da mecânica era
o mais limpo da casa. A advogada se sentiu bem pela primeira vez desde que
chegara ali.
― Bom, não vamos perder tempo,
certo? – Taís disse ao fechar a porta do cômodo. – Aqui estão todos os
documentos que peguei dos escritórios do prédio. Os rapazes ficaram bem bravos
comigo, foi uma mochila inteira só disso. Aqui está o que eu achei que pode ser
útil. – a morena entregou uns papéis para Lívia.
― Isso são recibos de compras de
carros. – a advogada notou.
― Dos carros usados nos roubos do
Shopping Barigui, Banco Central e Museu Oscar Niemeyer. – Taís especificou.
― Isso não livra o Joel das
acusações. – Lívia disse.
― Não, mas põe o Barton em maus
lençóis. E o Léo está, desde que chegamos aqui, tentando passar pela segurança
eletrônica da empresa do Barton para mexer nas configurações mais complicadas.
– a morena contou.
― Bom, atrapalhar o Barton é
melhor que nada. – a advogada disse tentando ver uma utilidade naquilo tudo.
Antes do juiz chegar, Joel olhou
para trás pela primeira vez desde que tinha entrado na sala. Todos os bancos
estavam ocupados. No meio de tanta gente, ele notou uma criança dormindo ao
lado da mãe, que estava olhando o celular. Lágrimas surgiram nos olhos do réu,
que se virou para sua advogada.
― Você conseguiu. – ele disse.
― Ah, você viu. – ela disse
calmamente. – Era para ser surpresa. Ela me ligou hoje cedo.
― Muito obrigado. – Joel disse no
momento em que o juiz sentou em seu lugar.
― A sessão está iniciada. – o
juiz bateu o martelo para silenciar a todos. – Hoje é a segunda audiência do
caso Seguradora Barton contra Joel Dasco. O Sr. Dasco é acusado de tentativa de
homicídio, porte ilegal de arma, formação de quadrilha e roubo de objetos,
documentos e dinheiro da Seguradora Barton. – o juiz fez uma pausa. – Bom, para
começar...
― Meritíssimo! – os dois
advogados chamaram e levantaram juntos.
― A acusação tem a palavra. – o juiz
definiu e Rosolen avançou.
― Gostaríamos de adicionar uma
nova evidência ao processo, Excelência. O pessoal de informática do meu cliente
conseguiu ontem acesso a câmera do escritório em que meu cliente e Sr. Dasco
conversavam. – o promotor disse.
― Vamos ver. – o juiz disse e o
advogado foi até a televisão que havia na sala e colocou o DVD no aparelho
abaixo da tela e ligou.
― Infelizmente, Excelência, não
foi possível recuperar o áudio, mas as imagens falarão por si só. – Rosolen
disse e na TV mostrava o momento em que Joel entrou no escritório. – Para não
ficarmos assistindo em silêncio, irei narrar para vocês. Vejam como meu cliente
é cortês e simpático desde o primeiro momento em que o Sr. Dasco entrou em sua
sala. Agora, ele o convida para sentar, mas o Sr. Dasco recusa. A conversa
evolui e meu cliente está sempre sorrindo. Então, do nada, o acusado saca uma
arma de fogo e aponta para o meu cliente, que percebendo o perigo que corria,
colocou sua mão embaixo de sua mesa, onde havia uma arma de fogo, legal e com
registro em dia, e atirou antes do Sr. Dasco. – Rosolen dizia e apontava para a
tela, enquanto olhava para o público e o júri. – Vejam como meu cliente é
solícito para ajudar o homem em quem acabou de atirar. O Sr. Dasco recusa e se
arrasta para longe até enfim conseguir sair da sala. – o advogado concluiu.
― Protesto! – Lívia disse e
levantou novamente. – Meritíssimo, com um vídeo sem áudio qualquer
interpretação pode ser feita. Não sabemos o teor da conversa entre os dois. –
ela argumentou.
― Independente da conversa, doutora,
seu cliente apontou uma arma de fogo para o Sr. Barton e isso por si só já é
crime. – o juiz decretou. – Agora, me diga o que queria. A defesa tem a
palavra. – ele disse, enquanto Rosolen voltava para o seu lugar.
― Bate essa, gatinha! – o
promotor disse ao passar pela loira.
Olha que a gatinha é esperta e vai bater.
ResponderExcluirEita!! Minha cabeça tá a mil. e.e
ResponderExcluirBeijos.