segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A Arte De Roubar T04C09

PROVA

Apesar de não haver provas concretas que comprovem a participação de Joel no assalto ao prédio de Barton, o ladrão achou melhor Lívia ir ver o que Taís encontrou nos documentos que roubou. Após muita insistência de Joel, a loira aceitou ser buscada por um de seus amigos.
― O Polaco pode ser nosso aliado hoje, mas ele ainda é um traficante e a Vila Zumbi ainda é perigosa para quem é de fora. – o ladrão argumentou.
O local marcado foi um shopping. A própria Taís foi buscar a advogada. Após o reconhecimento inicial, foram para o carro. No caminho, conversaram sobre Joel e o processo. Um pouco antes de chegar, a morena deu um aviso.
― Você vai precisar fazer vista grossa para o que verá onde estamos. – Taís disse.
― Eu entendo. – a advogada disse.
Ao entrarem na casa, a morena foi procurar os três amigos para a loira conhecê-los.
― Esse é o resto do grupo: Charger, Léo e Facada. – Taís disse e apontou para cada um enquanto falava. – Essa é a Lívia, amiga e advogada do Joel. Nós vamos lá para o meu quarto, está bem? – ela avisou aos amigos.
Enquanto subia as escadas, a loira viu um homem mal cheiroso com sacos de maconha, indo para os fundos. Lembrando das palavras da morena, ela desviou o olhar. O quarto da mecânica era o mais limpo da casa. A advogada se sentiu bem pela primeira vez desde que chegara ali.
― Bom, não vamos perder tempo, certo? – Taís disse ao fechar a porta do cômodo. – Aqui estão todos os documentos que peguei dos escritórios do prédio. Os rapazes ficaram bem bravos comigo, foi uma mochila inteira só disso. Aqui está o que eu achei que pode ser útil. – a morena entregou uns papéis para Lívia.
― Isso são recibos de compras de carros. – a advogada notou.
― Dos carros usados nos roubos do Shopping Barigui, Banco Central e Museu Oscar Niemeyer. – Taís especificou.
― Isso não livra o Joel das acusações. – Lívia disse.
― Não, mas põe o Barton em maus lençóis. E o Léo está, desde que chegamos aqui, tentando passar pela segurança eletrônica da empresa do Barton para mexer nas configurações mais complicadas. – a morena contou.
― Bom, atrapalhar o Barton é melhor que nada. – a advogada disse tentando ver uma utilidade naquilo tudo.


Antes do juiz chegar, Joel olhou para trás pela primeira vez desde que tinha entrado na sala. Todos os bancos estavam ocupados. No meio de tanta gente, ele notou uma criança dormindo ao lado da mãe, que estava olhando o celular. Lágrimas surgiram nos olhos do réu, que se virou para sua advogada.
― Você conseguiu. – ele disse.
― Ah, você viu. – ela disse calmamente. – Era para ser surpresa. Ela me ligou hoje cedo.
― Muito obrigado. – Joel disse no momento em que o juiz sentou em seu lugar.
― A sessão está iniciada. – o juiz bateu o martelo para silenciar a todos. – Hoje é a segunda audiência do caso Seguradora Barton contra Joel Dasco. O Sr. Dasco é acusado de tentativa de homicídio, porte ilegal de arma, formação de quadrilha e roubo de objetos, documentos e dinheiro da Seguradora Barton. – o juiz fez uma pausa. – Bom, para começar...
― Meritíssimo! – os dois advogados chamaram e levantaram juntos.
― A acusação tem a palavra. – o juiz definiu e Rosolen avançou.
― Gostaríamos de adicionar uma nova evidência ao processo, Excelência. O pessoal de informática do meu cliente conseguiu ontem acesso a câmera do escritório em que meu cliente e Sr. Dasco conversavam. – o promotor disse.
― Vamos ver. – o juiz disse e o advogado foi até a televisão que havia na sala e colocou o DVD no aparelho abaixo da tela e ligou.
― Infelizmente, Excelência, não foi possível recuperar o áudio, mas as imagens falarão por si só. – Rosolen disse e na TV mostrava o momento em que Joel entrou no escritório. – Para não ficarmos assistindo em silêncio, irei narrar para vocês. Vejam como meu cliente é cortês e simpático desde o primeiro momento em que o Sr. Dasco entrou em sua sala. Agora, ele o convida para sentar, mas o Sr. Dasco recusa. A conversa evolui e meu cliente está sempre sorrindo. Então, do nada, o acusado saca uma arma de fogo e aponta para o meu cliente, que percebendo o perigo que corria, colocou sua mão embaixo de sua mesa, onde havia uma arma de fogo, legal e com registro em dia, e atirou antes do Sr. Dasco. – Rosolen dizia e apontava para a tela, enquanto olhava para o público e o júri. – Vejam como meu cliente é solícito para ajudar o homem em quem acabou de atirar. O Sr. Dasco recusa e se arrasta para longe até enfim conseguir sair da sala. – o advogado concluiu.
― Protesto! – Lívia disse e levantou novamente. – Meritíssimo, com um vídeo sem áudio qualquer interpretação pode ser feita. Não sabemos o teor da conversa entre os dois. – ela argumentou.
― Independente da conversa, doutora, seu cliente apontou uma arma de fogo para o Sr. Barton e isso por si só já é crime. – o juiz decretou. – Agora, me diga o que queria. A defesa tem a palavra. – ele disse, enquanto Rosolen voltava para o seu lugar.
― Bate essa, gatinha! – o promotor disse ao passar pela loira.

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