quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O Motoqueiro Das Trevas T02C09

SEM MOTO

― Então é aqui que vocês ficam. – Carol disse ao entrar em um dos locais seguros do Motoqueiro das Trevas.
― Não, aqui é onde eu fico. O Borba fica no local seguro do Abranches. – Ian esclareceu e foi até a cozinha.
― Uma pena terem pego sua moto, né? – a advogada disse e o seguiu com Borba.
― Ou talvez tenha sido um sinal. – Ian disse e sentou à mesa.
― Sinal do que? – Carol quis saber.
― De que talvez seja a hora de parar. – o ex-advogado disse.
― Logo agora que eu entrei no time. Você está louco? Você não pode deixar de ser o Motoqueiro das Trevas. – a morena disse com veemência.
― Ela está certa. – o ex-militar concordou. – Depois de tudo pelo que você passou. Parar não é solução.
― Eu nem tenho mais moto. – Ian argumentou.
― A pessoa não deixa de ser motoqueiro só porque não tem mais moto. – Borba disse. – Com ou sem moto, você é o Motoqueiro.
― Mas de que adianta lutar tanto se as pessoas me veem como inimigo. Eu tenho que fugir da polícia quase todas as noites. – Ian disse, se levantou e foi até a geladeira. Pegou três garrafas d’água e distribuiu.
― E as pessoas que se sentem mais seguras hoje graças a ação do Motoqueiro das Trevas? – Carol perguntou e continuou. – Eu não concordo com seu método, mas admito que a criminalidade diminuiu bastante desde que você começou com isso. – ela disse e também levantou, indo até o ex-advogado.
― Isso é verdade, amigão. Apesar de algumas pessoas não verem, você faz o bem. E o bem não pode parar. – Borba disse e se juntou ao casal de pé.
― Acho que vocês têm razão. Talvez, tudo o que aconteceu hoje tenha sido bom, para reinventar o Motoqueiro. – Ian disse se animando.
― Assim que se fala. – Carol disse e pegou na mão do rapaz. – Bom, temos muito o que fazer. Vou ligar para o escritório e desmarcar meus horários. – avisou e saiu da cozinha.
― Ian, não falei nada antes, mas não acha perigoso ela entrar nessa? – o ex-militar ponderou.
― Perigoso demais. – Ian respondeu. – Mas ela quer estar aqui, e o que é pior, eu quero que ela esteja aqui. Me dá um ânimo a mais.
― Então, não temos outra opção, não é? – Borba disse e Ian esperou a resposta. – Vamos protegê-la a qualquer custo. – disse e arrancou um sorriso do amigo.
― Pronto, por onde começamos? – a advogada disse ao voltar.


― Sinto por ter deixado ele escapar. – a detetive se desculpou.
― Não foi sua culpa. – o Delegado Rocha disse. – Você conseguiu o que ninguém antes chegou nem perto. Pegou a moto dele, encurralou-o e ainda nos conseguiu dois vagões cheios de traficantes. Um dia, você vai me substituir.
― Nem brinca com isso. Eu comecei praticamente ontem. – Raquel disse e riu. – Mas fica tranquilo, farei de tudo para conseguir prendê-lo.
― Não tenha pressa. Vá para casa descansar, você já fez muito. – o superior disse à detetive.
― Tudo bem então. Mas amanhã bem cedo, estarei no distrito. – ela avisou e foi embora.
Em casa, Raquel jogou a bolsa no sofá e foi direto para o quarto/suíte dela. Tirou a blusa e a jogou na cama. O mesmo destino tiveram a calça, as meias e a camiseta. No banheiro, a detetive abriu as torneiras do chuveiro e deixou a água cair até aquecer. Depois de tirar sua roupa íntima, ela deu início ao seu banho.
Enquanto, a água molhava todo o seu corpo moreno e seus cabelos encaracolados, Raquel relembrava seus atos no começo da manhã. Nunca havia imaginado que um dia tomaria tais decisões. Entretanto, ela sabia que não adiantava ficar remoendo aquilo. O que estava feito, estava feito. Ela colocou uma camisola e dormiu pesadamente assim que deitou em sua cama.
No outro dia, a detetive chegou bem cedo, como prometeu.
― Espero que esteja recuperada. – um policial lhe disse ao chegar.
― Por que? – ela quis saber.

― Uma família foi esquartejada no Uberaba. – ele explicou.

3 comentários :

  1. Ai, minha falta de tempo não está me deixando acompanhá-lo! :[

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  2. To sentindo que haverá um romance entre o motoqueiro e a detetive.

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  3. Meu comentário será apenas para dizer: Ó, Nossa Senhora dos Escritores de Contos, faça com que o Claudio esteja errado. Amém.

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