terça-feira, 8 de maio de 2012

Interrogatório


– Eu já disse o que aconteceu. Quantas vezes vamos ter que passar por isso? – Bomber perguntou.
– Essa é a última vez. Agora, começa no momento em que você percebeu que seus colegas desmaiaram. – o delegado pediu.
Os paramédicos, os policiais, os detetives, os peritos criminais e o delegado chegaram pouco antes do amanhecer. Na praça de alimentação foi montada uma estação de interrogatório. Todos os seguranças deveriam relatar tudo o que se lembravam da noite anterior. Estava na vez de Bomber.
– Eu os estava abraçando, feliz porque seria nosso primeiro turno noturno juntos, e, de repente, eles ficaram moles e suas cabeças penderam. Nesse momento, eu vi os dardos e girei a cadeira rapidamente, ficando de frente para o ladrão. – Bomber relatou.
– E o que ele estava fazendo que não atirou em você também?
– Acho que estava carregando a pistola com outro dardo. Foi só o que eu pude supor, pois no momento seguinte ele a estava apontando para mim, mas eu avancei e empurrei o braço dele para o lado no último minuto.
– O que explica o dardo que achamos na parede. – o delegado lembrou.
– Exato. – Bomber confirmou.
– E o que aconteceu depois?
– Eu fui dar um soco nele, mas ele me empurrou com a perna após se impulsionar na parede.
– Sr. Ciconatto, o senhor é um homem bem forte. Suponho que esse ladrão também o fosse. – o delegado sugeriu.
– Ele era um pouco menor, mas igualmente forte. – Bomber explicou.
– Foi então que o senhor caiu na sua cadeira?
– Isso. E imediatamente após o impacto ele avançou para mim dando a coronhada que resultou nisso. – Bomber disse e apontou o machucado na cabeça.
– O senhor chegou a ver o rosto dele? – o delegado quis saber.
– Segundos antes de levar o golpe, eu consegui vê-lo, sim. Seus olhos eram azuis. Suas sobrancelhas eram castanho bem claro quase loiro.
– Obrigado por sua colaboração, Sr. Ciconatto. – o delegado disse. – Caso precisemos de mais alguma coisa, entramos em contato.
– Sim, senhor.


Bomber se levantou e, próximo dali, o chefe da segurança do shopping, Davi Soares, o esperava.
– Está tudo bem, Marcelo? – Davi perguntou.
– Sim. Desculpe pelo que houve, não consegui fazer o meu trabalho.
– Ei, não se preocupe com isso, ta legal? – Davi o consolou. – Todos os seguranças vão receber dois dias de folga, mas como sua participação foi mais traumática, decidimos te dar uma semana de folga. Então, relaxe e tenta esquecer o que houve, sim? – o chefe disse.
– Sim, senhor. Obrigado, senhor. – o segurança disse e saiu.
Ainda eram dez horas, quando Bomber chegou em casa. Deixou as sacolas das compras que fez no mercado e deitou. Dormiu pesadamente até seis horas da tarde. Ele levantou e sentiu o corpo melhor, mas ficou feliz por ainda ter mais um dia para descansar, antes do encontro com o grupo.
Bomber cozinhou, comeu e sentou para assistir televisão. Enquanto via o jogo de seu time, bebia uma cerveja. Não foi dormir tarde. Seu corpo ainda não estava totalmente descansado. No outro dia acordou pouco depois das dez horas.
Durante seu café da manhã, ele recebeu uma mensagem no celular, de Joel, avisando-o que a reunião seria às seis horas da tarde na velha mecânica, o centro de operações do grupo. Sua tarde foi tranquila e relaxante. Quando deu o horário, ele estava pronto e a caminho.
Bomber foi o primeiro a chegar, mas logo vieram Joel e Charger, Facada, Taís e Técno Léo. Eles se cumprimentaram e esperaram para que Joel falasse algo. Nesse momento, chegou Olívio Barton, o financiador da operação.
– Boa noite, senhores. Vejo que foram bem sucedidos em sua primeira operação. Meus parabéns!! – ele cumprimentou.

Um comentário :

  1. Eu poderia jurar que algum policial a paisana iria seguir Bomber até a oficina, mas pelo jeito ele conseguiu mesmo encaixar bem os fatos com as evidências... Começo a me perguntar se eles realmente vão se dar bem... E também pela esposa e filho de Joel.

    Beijos.

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