A Arte De Roubar T04C01

TRAIÇÃO

― Você está cometendo um erro, Joel. – Barton disse calmamente assim que a arma foi apontada em sua direção.

― Erro, eu cometi quando confiei em você. – o invasor disse.

― Atirar em mim não resolverá seu problema. Além disso, muitas viaturas da polícia estão a caminho daqui. – o empresário avisou.

― Não me importa. Pode não resolver meu problema, mas me deixará mais aliviado. – Joel disse e deslizou o dedo no gatilho.

Cinco dias antes.

― Ainda acho que foi o Bomber. – Facada disse.

― Já passamos por isso, Facada. – Joel lembrou-o.

Assim que Joel explicou porque não ia assaltar o último local, proposto pelo financiador do grupo, todos tentaram achar uma explicação para o dinheiro sumido. Muitas das hipóteses envolviam a traição de Bomber. Para dar fim às suspeitas, Joel os liderou até a casa do ex-membro do grupo.

― Precisamos conversar. – o mecânico disse quando o musculoso amigo abriu a porta. Em seguida, todos entraram e se acomodaram.

― É compreensível que pensem isso de mim. – Bomber disse assim que a história do sumiço do dinheiro e as suspeitas sobre ele foram contadas. – Mas eu não roubei o dinheiro que roubamos. – ele disse.

― Charger e Facada me contaram o que houve quando foram pintar o carro. Conte-me o que você lembra. – Joel pediu.

― Não deve ser muito diferente da deles. – Bomber disse e continuou. – Estávamos conversando e bebendo para passar o tempo. Charger e Facada caíram no sono em determinado momento e eu levantei para observar a pintura do carro. Não vi nada fora do normal, então sentei novamente e cochilei. Fui acordado pelo Charger e em seguida viemos embora. – relatou.

― Não foi mesmo diferente. Obrigado por nos receber, amigão. – Joel disse e se levantou.

― Espera aí, nós não vamos revistar a casa dele? – Facada insistiu.

― Se quiserem, fiquem à vontade. – o musculoso disse.

― Não há porque fazer isso. Bomber é esperto, se tivesse mesmo roubado o nosso dinheiro já estaria bem longe daqui. – Joel finalizou.

Na sequência, o grupo voltou para o centro de operações.

― Devíamos ter revistado a casa dele. – Facada falou.

― Deixa isso para lá, Facada. – Léo disse. – O problema é que se não foi o Bomber, então quem foi?

― O Barton. – Taís respondeu.

― Vejo que o Charger conseguiu te convencer da teoria dele. – Joel devolveu.

― Disse que ele não ia acreditar. – Charger disse.

― Pensa comigo, Joel, quem é a única pessoa que sabe de tudo sobre nossas operações? Quem é o único quem tem poder para roubar tudo o que roubamos na mesma noite? – a morena argumentou.

― Barton. – Joel reconheceu. – Mas que motivos ele teria para fazer isso?

― Vingança. – Charger respondeu. – Depois do roubo das jóias, voltei a minha pesquisa, conversei com algumas pessoas e descobri que o Barton foi o mandante do incêndio da oficina. – o mecânico revelou. – Não te disse nada, pois sabia que não iria acreditar.

― Se isso é verdade, então ele nos usou desde o começo. – Joel disse. – Nunca teve intenção de nos ajudar.

― Você entendeu. – o amigo confirmou.

― Facada, Léo, o que acham disso? – Joel quis saber.

― Apesar do Bomber ainda ser bastante suspeito, o Barton acabou de subir na lista. – o atirador de facas opinou.

― Agora as peças começam a se encaixar. Fomos feitos de idiotas. Sabe lá o que ele está planejando para o último roubo. – Léo disse.

― Muito bem. Então só nos resta uma coisa a fazer. – o líder disse.

― O que? – Taís perguntou.

― O que fazemos de melhor. Nós vamos roubar, mas desta vez, o Barton será a vítima. – Joel anunciou.