PRESÍDIO
Ian estava mais perto de Curitiba
do que jamais esteve desde que foi embora. Entretanto, havia uma coisa que ele
queria fazer antes de voltar para sua cidade natal.
Em Piraquara, uma das cidades da
Região Metropolitana de Curitiba, se encontrava um dos maiores presídios da
região leste do estado. Era uma bela manhã de sol, quando Ian resolveu agir. Colocou
uma barba postiça e puxou o cabelo para frente. Vestiu o único terno que lhe
sobrou e seguiu ao presídio para conhecê-lo.
― Identificação. – o guarda do
portão de entrada pediu.
Ian dirigia uma caminhonete e
percebeu quando o guarda olhou para a extensão do veículo.
― Valdemar Veloso. O que traz aí?
– o guarda perguntou.
― A moto do Motoqueiro das
Trevas. Foi-me pedido para trazer até aqui. – Ian respondeu e deixou o porteiro
de olhos arregalados.
― Só um minuto. – o oficial fez
uma ligação rápida. – Pode entrar. – e abriu a cancela.
Após estacionar o carro, Ian abriu
a parte de trás e retirou a moto. Com ela, dirigiu-se a entrada do prédio e
seguiu para a sala do diretor do local.
― Então essa é a famosa moto do
Motoqueiro? – o diretor disse analisando o veículo de duas rodas. – Como
conseguiram? Prenderam-no?
― Infelizmente só a moto foi
encontrada. – Ian explicou.
― O estranho é que ninguém me
avisou do fato. – o diretor falou com uma careta.
― Realmente é. Preciso que o
senhor assine esses papéis para mim. – Ian lhe entregou uma pasta aberta. – Mas
antes gostaria de lhe pedir um favor.
― Que favor?
― Poderia me mostrar o interior
do presídio? Eu sempre quis conhecer o lugar em que ficam os criminosos. – Ian
pediu.
― É um pedido estranho, mas tudo
bem. Na volta, acertamos tudo.
O diretor levou Ian para um tour completo. Enquanto fingia prestar
atenção no que o outro dizia, o falso barbado olhava cada canto e cada câmera
de cada corredor. Na volta, o diretor pegou os papéis para assinar, ao mesmo
tempo em que Ian se preparava para agir.
― Eu notei que nenhum dos presos
estava em suas celas.
― Sim, estão todos no pátio
externo. É a hora do banho de sol deles. – o diretor explicou sem levantar a
cabeça.
― Interessante! Muito obrigado
pelas informações. – Ian agradeceu.
― Não foi nada. – o diretor
respondeu e levantou a cabeça segundos antes de ser atingido fortemente por um
punho fechado.
― Muito bem, agora vai começar a
diversão. – Ian disse retirando os pelos postiços de seu rosto.
Despiu-se do terno e colocou sua
vestimenta usual: coturno, jeans preto, camiseta preta e jaqueta de couro, e
óculos escuros. Para aquela missão diferenciada, ele preparou algo novo, para
isso usou uma máscara para respirar e ativou o equipamento de sua moto.
Ao sair da sala do diretor,
precisou atirar em dois guardas para poder alcançar seu veículo. Montou e deu a
partida, em seguida a moto estava rodando pelos corredores do presídio. Enquanto
avançava, sua nova aquisição lançava gás sonífero no ar, fazendo com que os
guardas caíssem antes de verem qualquer coisa.
Seguindo o caminho que acabara de
aprender, Ian chegou ao pátio externo. Quebrou a porta que dava acesso,
surpreendendo os presidiários. Eles o olharam com suspeita e inicialmente sem
reação. Aproveitando isso, o Motoqueiro usou as metralhadoras acopladas em seu
veículo, acertando a maior parte dos detentos. Alguns dos que não foram
atingidos tentaram fugir, outros tentaram atacar Ian pelos lados.
Prevendo essa reação, o
Motoqueiro usou a pistola para impedi-los de chegar. Quando todos, num raio de
500 metros a sua frente, estavam mortos, ele foi cuidar dos fugitivos, que
tentavam inutilmente subir a grade. Os guardas das torres não sabiam o que fazer,
se impediam os detentos de fugir ou se atiravam no Motoqueiro. Enquanto eles
pensavam, Ian agia. Com seu rifle de longa distância, ele acertou os que
faltavam e rapidamente avançou com a moto, estourando a grade e sumindo do
campo de visão dos guardas.
Quando voltou do almoço, Carol
viu que um vaso com um buquê de flores a esperava na mesa de sua sala. Deixou
sua mala em cima da mesa e pegou o bilhete para saber quem havia enviado. Havia
apenas uma palavra escrita: “Voltei”. E mesmo sem remetente, para a advogada
foi mais do que suficiente.
Ela seguiu em direção à janela e
olhou para a rua e os carros que por ela passavam. Segurando o bilhete com força,
uma lágrima escorreu por seu belo rosto.
― Ah, Ian! Você finalmente
voltou, meu amor. – Carol disse.
Esta série eu ainda não tinha lido.
ResponderExcluirVou ter que dedicar um tempinho. rss
Ian = S2
ResponderExcluirCarol = Eu não sou ela. TT_TT
E que delegado bobo. Jamais o Ian abandonaria a moto que é o símbolo mór dele. Se tivessem pego um, com certeza teriam pego o outro.
Beijo. ;*