segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Arte De Roubar T04C05

A ADVOGADA

― Como um vendedor trabalhando em Minas Gerais, consegue ser preso em Curitiba? – Lívia perguntou.
― Talvez nem tudo que eu te contei seja verdade. – Joel respondeu.
― Bom, se você quer que eu te defenda e te tire daqui, então, talvez, você deva me contar toda a verdade agora. – ela devolveu com expressão séria.
― É justo. – ele concordou e contou tudo desde o começo.
― Uau! – ela exclamou com os olhos arregalados. – Só uau! Você ficou louco, Joel? Como você teve coragem de fazer isso tudo?
― Se posso usar o talvez de novo, talvez devamos nos preocupar mais com o que faremos do que com o que eu já fiz. – Joel falou e recebeu uma encarada.
― Muito bem. – ela disse e se levantou. – Preciso de um tempo para processar tudo isso. Volto depois do almoço. – saiu.
A comida da delegacia não era ruim, mas Joel sabia que havia uma grande chance de ele ser obrigado a provar a comida de uma penitenciária. Ao terminar a refeição, a ansiedade dominou Joel. E quando pensou que Lívia não voltaria, um guarda chegou para abrir sua cela e levá-lo para a sala de visitas.
― Sabe, uma pequena parte de mim achou que você não viria mais. – ele disse.
― Era o que eu deveria ter feito. – ela disse séria e tirou papeis da bolsa. – Apesar de tudo o que fez, você está sendo indiciado apenas por roubo e tentativa de homicídio.
― Só? – Joel tentou brincar, mas a expressão séria da advogada o fez parar. – Desculpa.
― O Sr. Barton disse que aceita fazer um acordo se você devolver o dinheiro que sua equipe roubou. – Lívia disse.
― Não farei nenhum acordo com o Barton. – Joel disse ficando nervoso. – E não tem equipe nenhuma. Só eu.
― Então onde está o dinheiro? – a advogada quis saber.
― Eu não sei.
― Você não vai facilitar as coisas para mim, não é? – ela disse com um sorriso.
― Pense nisso como um desafio. – Joel disse aproveitando a brecha que a amiga lhe deu.
― Está bem, então. – ela disse e guardou os papeis que havia tirado. – Como você é réu primário, vou pedir para que responda o processo em liberdade, mas é provável que tenha que passar mais essa noite aqui.
― Sem problemas. – ele disse.
― Não vou mentir, Joel, isso não será fácil. – a loira disse.
― Eu sei. Obrigado. – ele agradeceu e ela saiu.


Dentro da oficina fechada de Taís, o assunto era um só: como ajudar Joel a sair da cadeia.
― Você quer que o Joel vire um fugitivo? – Léo perguntou.
― Se for o único jeito de ele ficar livre. – Charger respondeu.
― Olha, antes de pensar em ajudar o Joel, precisamos pensar em nós. – Facada disse. – Ou vocês acham que o Barton não vai falar de nós?
― Facada tem razão. – Charger concordou. – Não podemos ficar aqui.
― Para onde vamos então? Todos nossos amigos e conhecidos são suspeitos. Só se alguém que não goste da gente nos ajudasse. – Léo disse. – Conseguem ver a incoerência disso?
― E se for alguém que nunca gostou de um de nós, mas passou a gostar e ninguém ficou sabendo. E de repente, ele nos ajuda e não será suspeito. – Charger disse.
― De quem está falando? – Léo perguntou confuso.
― Eu acho que já sei. – Facada disse. – Acha que o Polaco Azedo vai nos ajudar?
― A sua ideia é o Polaco Azedo? – Léo se espantou.
― Sim, bem ou mal, nós também o ajudamos da última vez. – Charger disse. – O que você acha, Taís? – ele perguntou para a mecânica que estava quieta lendo os papeis que roubara da empresa do Barton.

― Acho que eu já sei como inocentar o Joel e ainda incriminar o Barton. – ela disse subitamente espantando a todos.

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