quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Comando Épsilon T01C04

DESTROÇOS

Graças à proximidade e altura das árvores, os dois Cabos do Comando puderam andar com facilidade pelos galhos mais altos da vegetação. Os dois, lado a lado, seguiam o sinal do GPS do avião. Não demorou muito para que avistassem o que sobrou do aeroplano.
— Você está vendo, Full? – a Cabo Caviquioli perguntou.
— Sim, Gabi. São os destroços do avião. – o Cabo Maki confirmou. – Capitão, nós o encontramos. – ele avisou pelo comunicador.
Minutos depois, a equipe terrestre chegou ao local da queda.
— Muito bem, pessoal, vamos vasculhar tudo isso daqui. – o Capitão falou. – Maki, Caviquioli, fiquem de vigia.
— Sim, senhor. – os Cabos responderam.
De imediato, eles notaram que nem as armas nem o material radioativo estavam ali. E apenas um dos tripulantes, o piloto, estava no avião, morto.
— Os outros devem ter sobrevivido e fugido. – concluiu o Capitão.
— As armas e o material radioativo com certeza foram encontrados e levados por prisioneiros. – o Sargento Santana disse.
— A não ser que o Pacheco tenha levado com ele, mas ele não seria doido de carregar tanto peso nas condições em que estava, seria? – a Tenente argumentou.
— Isso se ele não foi encontrado antes de ter a chance de sair do avião. – Zurique disse.
— O que faremos, Capitão? – Ramos perguntou.
— Essa ilha é muito grande e nosso tempo, muito pequeno. – o Capitão ponderou. – Vamos nos dividir ainda mais. – ele decidiu. – Maki, você seguirá para o oeste; Caviquioli, vá para o leste; Santana e Nikolofski, sigam a nordeste; Ramos e eu vamos para o noroeste. – Zurique definiu.
— Mas, Capitão, e se eles estiverem na parte sul? – a Tenente questionou.
— Então, nós os encontraremos na volta. Primeiro, vamos nos certificar de que não estão na parte norte. – o Capitão respondeu. – Através dos comunicadores e dos GPS, nós manteremos contato e nos localizaremos. Quem encontrar qualquer um dos objetivos, avisa o resto, entendido?
— Sim, senhor. – todos responderam.
— Ótimo! Então, vamos. – o Capitão disse e todos seguiram seus rumos. – E, Li, onde quer que esteja, tome cuidado. – Zurique disse pelo comunicador.


Camuflado no galho de uma árvore, observando os grupos locais, Li ouviu o que o Capitão disse e sem pressionar o comunicador para que o superior ouvisse, ele respondeu.
Aye, Capitão! Eu tomarei. – ele disse em voz baixa e sorriu.
Abaixo dele, uma prisioneira corria em direção ao um grupo formado por mais cinco mulheres e um homem.
— Minha Deusa, minha Deusa! – veio a mulher gritando.
— O que foi, Lucileide? – a mulher conhecida como Deusa respondeu com seu forte sotaque nordestino.
— Era mesmo um avião, minha Deusa. Mas chegaram antes de mim. Quando estava saindo, surgiu um grupo de militares. Esperei um pouco para ver e ouvir melhor o que fariam e então corri direto para cá. – a morena disse.
— E o que ouviu, minha pequena? – Deusa perguntou.
— Eles vão para a parte centro-norte da ilha, procurar pelos sobreviventes e armas que tinham no avião. – Lucileide contou.
— Você disse armas? – Deusa se animou.
— Sim, minha Deusa. Três deles se dirigiram para oeste e noroeste, uma linha reta de onde estamos. – a mulher acrescentou.
— Tem razão, pequena, mas aquelas áreas são perigosas. Quem domina por lá, Matilda? – Deusa perguntou a outra do bando.
— Na Praia Oeste, fica o bando do Quebra-Ossos e a noroeste está o bando do Crupiê. – Matilda explicou.
— Conheço os dois e ambos me devem favores. Se um deles estiver com algo do avião terão de repartir com a Deusa do Agreste. – a líder do bando disse e gargalhou.
Enquanto ouvia tudo isso, Li se animava a cada palavra dita.
“Finalmente terei um pouco de ação. Ficará me devendo essa, Capitão.”

Nenhum comentário :

Postar um comentário