PRESO
— Ele ainda não fala? – o delegado perguntou ao entrar na sala atrás do
espelho duplo da sala de interrogatório.
— Não. – o detetive Vidal confirmou.
— Vamos ver se comigo, ele fala. – o delegado decidiu e saiu.
Ian estava sentado de modo curvado, cabeça baixa e as mãos algemadas
sobre as pernas. Sua jaqueta e óculos estavam em cima da mesa e seu colete, que
o protegeu dos tiros dos policiais, foi-lhe tirado. O delegado Biaco sentou em
frente a ele colocou uma pasta com papeis em cima da mesa. Nesse momento, Ian
resolveu apoiar as mãos no móvel.
— Está pronto para falar, Motoqueiro? Ou devo dizer, Ian Rampinelli. – o
oficial disse ao tirar uma folha de dentro da pasta. – Por que, Ian? Só me diz
por quê? – o advogado manteve-se quieto e de cabeça baixa. – Ian Rampinelli,
filho de Cláudia e Moacir Rampinelli, ambos da área do Direito. Um jovem com
uma carreira promissora. Abriu um escritório há 2 anos e já possui uma vasta
clientela. – Biaco leu a ficha do rapaz. – Diga-me, Ian, que motivo o fez
largar sua vida para se tornar o Motoqueiro? – o delegado insistiu e, dessa
vez, Ian decidiu falar.
— Vocês ainda não levaram minha moto para o depósito, não é? – ele disse
e surpreendeu o delegado com a mudança de assunto. – Não, claro que não. Vocês
precisavam vê-la antes, não é? Ou melhor, exibi-la. – ele mesmo respondeu.
— Muito bem, se não quer falar sobre seus motivos, tudo bem. – Biaco
disse ignorando o que Ian falou e mudando de assunto também. – Então, diga,
quem é o seu fornecedor de armas e acessórios? – o oficial quis saber.
— Você sabe quem tem as chaves dessas algemas? Elas coçam mais do que eu
imaginava. – Ian mudou de assunto de novo. – Aliás, você sabe se está chovendo?
Não vi as estrelas hoje.
— Já chega! – Biaco irritou-se. – Você pode não responder minhas
perguntas, mas ficar fazendo gracinhas não vai te ajudar em nada. Não há juiz
no mundo que vá te absolver. – o delegado disse.
— Eu não confiaria tanto nisso. – Ian disse e sorriu. Biaco levantou-se.
— Não que vá fazer diferença para você, mas as chaves que te libertam,
estão comigo. – o oficial disse e mostrou as chaves para o algemado.
— Obrigado pela informação. – Ian agradeceu e, num movimento rápido,
pegou os óculos de cima da mesa, levantou o móvel e o chutou, empurrando o
delegado contra a parede.
O advogado pegou as chaves do oficial caído. Vestiu a jaqueta e colocou
os óculos escuros. Quando ele ia sair, a porta se abriu e o detetive Vidal
surgiu com dois policiais.
— Eu me rendo. – Ian disse e se aproximou do policial do meio.
Sem saber o que fazer, o policial olhou para o detetive, que assentiu. No
momento em que foi algemar o Motoqueiro novamente, este reagiu rapidamente e,
antes que os outros pudessem disparar, o oficial foi jogado contra Vidal e o
policial que estava na porta foi golpeado e lançado para fora.
Ian pegou a arma dele e foi andando pelos corredores da delegacia. Ele
tentou não disparar, mas quando estava chegando na saída, vários policiais
surgiram e ele não teve escolha. Entretanto, não atirou para matar como fazia
com os bandidos. Sua moto estava no pátio frontal do lugar, sendo guardada por
alguns oficiais.
O rapaz conseguiu ver isso de dentro da delegacia, dessa forma, antes que
os guardas pudessem notar o barulho dos tiros, Ian apareceu correndo da porta
de entrada. Atirou na perna de um deles de longe e, ao chegar perto, golpeou os
demais. Ele montou em sua moto e saiu antes de ser atingido por algum tiro. Ian
desapareceu tão depressa na escuridão que não deu tempo da polícia persegui-lo.
Ao chegar num lugar afastado e silencioso, ele parou e mexeu na moto.
Revistou-a de baixo a cima, de frente a trás.
— Como eu imaginei, nenhum aparelho rastreador. Ainda não consigo
entender como fui capturado. – o Motoqueiro disse e voltou a dirigir.
— Como é que é? – Biaco gritou. – Como assim você não colocou um
rastreador na moto dele?
— É que não tinha aqui, então pedimos para os outros distritos, mas não
chegou ainda. E então, ele fugiu. – Vidal respondeu e sorriu sem jeito.
— Ótimo! – Biaco suspirou. – Muito bem, nova tática. Quero que em todas
as mídias existentes, a identidade dele seja revelada. E também, ofereça uma
recompensa para denunciar quando vir ele. – o delegado mandou. – Ele pode ter
escapado, mas as coisas não estão como antes. – o oficial refletiu.
VC é muito booom! Vc quer participar do dia das bruxas/?/? Tipo eu, vc e a Geovanna Rubbo escreveriamos cada qual um contos envolvendo Halloween. O que achas?
ResponderExcluirAbraços,
raffaelpetter.blogspot.com
Quero ver a continuação dele... rs.
ResponderExcluirBeijos.