ARMADILHA
Com a rotina do Motoqueiro, Ian não estava conseguindo chegar no horário
de sempre no escritório. Carol percebeu isso e, quando teve um tempo livre foi
falar com o amigo, sócio e ex-namorado, que estava na copa.
— Notei que seu rendimento caiu bastante nos últimos dias, isso sem falar
que tem chegado mais tarde todo dia. – ela observou. – O que está acontecendo,
Ian?
— Ah, bom dia, Carol. – ele a cumprimentou antes de responder. – Eu não
sei, tenho me sentido cansado e tenho tido insônias terríveis. – ele disse. –
De qualquer maneira, não está tendo nenhum problema com as finanças do
escritório, então está tudo tranquilo. – Ian disse, pegou seu café, deu um
selinho em Carol e foi para sua sala.
Sem perceber, o rapaz fez algo que costumava quando namorava sua atual
sócia. Ele preferiu não voltar para se explicar ou se desculpar. Já há algum
tempo, Ian vinha pensando em Carol e em tentar retomar sua relação com ela, mas
imaginou que seria difícil conciliar o amor com a vida do Motoqueiro.
— O que acabou de acontecer? – Carol se perguntou e tocou os lábios com
os dedos, assim que Ian deixou a copa.
Em sua sala, o jovem advogado ligou o computador e acessou um site de
notícias. Logo, ele se ateve na matéria mais chamativa que dizia: “O homem que
sequestrou e matou a filha de um empresário há 5 anos é libertado por bom
comportamento”.
— BOM COMPORTAMENTO? Bom comportamento? – Ian repetiu com muita raiva e
já começou a procurar os dados do processo, para descobrir o antigo endereço do
criminoso.
Ele, então, percebeu que não haveria como o criminoso voltar para a casa
em que morava depois de tanto tempo. Procurou e encontrou o endereço da mãe
dele. Ian se acalmou e esfriou a cabeça, chamou o seu primeiro cliente do dia e
tentou relaxar, pois à noite, teria que entrar em ação.
As horas passaram e logo Ian estava vestido de Motoqueiro e equipado para
cumprir sua missão. Ele foi a toda com sua moto, fazendo barulho por onde
passava. Seu destino era um bairro do subúrbio com ruas estreitas e tranquilas.
Como normalmente faz, ele estacionou a moto em frente da casa e seguiu para
dentro. Por algum motivo, esqueceu de tirar o capacete.
Os cômodos frontais estavam todos escuros. Ian imaginou que deveriam
estar na cozinha. Ao tentar abrir a porta, notou que estava destrancada e
começou a sentir que algo estava errado. Entrou na casa, deu dois passos e um
abajur se acendeu, revelando um homem, de terno marrom, sentado em uma
poltrona.
— O Motoqueiro das Trevas! Finalmente o encontrei. Você é uma pessoa
muito evasiva, sabia? – nesse momento, várias viaturas da polícia surgiram na
rua cercando a saída da casa. – Oh, que falta de educação a minha. Eu sou o
Delegado Biaco. E você está preso por assassinato em série. – o oficial disse e
se levantou.
Ian olhou para fora e para os fundos da casa. Ele estava cercado, isso
era um fato, mas ele não poderia e não iria se entregar tão facilmente. Nos
segundos que se seguiram, ele precisou pensar rápido. Biaco se aproximava com as
algemas na mão. O Motoqueiro ficou de costas para o delegado e então, ele teve
a ideia.
— Você tem o direito de ficar calado... – Biaco ia pegar nos punhos do
vigilante noturno, quando este girou rapidamente e deu um chute no primeiro.
Rapidamente, Ian pegou uma granada que sempre levava consigo e a jogou do
lado das viaturas que se encontravam à esquerda da casa. Assim que ela
explodiu, ele correu em direção à moto, desviando-se dos tiros dos policiais,
mas inevitavelmente sendo atingido por um ou outro.
Antes que os policiais entendessem que seu objetivo era a moto, ele a
montou e saiu pela direita da rua. Os oficiais entraram em seus veículos em
seguida. Ao se aliviar por estar em sua moto, Ian se viu diante de outro
obstáculo. Duas viaturas bloqueavam a saída da rua, mas deixavam a passagem da
calçada livre. O Motoqueiro escolheu a da esquerda e acelerou.
Mesmo sob a mira dos tiros, ele conseguiu alcançar o ponto que queria,
entretanto quando sua moto atravessava, uma corrente se ergueu, fazendo o
veículo empinar para frente e arremessar seu motorista. Graças ao seu
treinamento no exército, Ian conseguiu se arrumar durante seu “voo” e rolou ao
cair. Sem ter como voltar para pegar a moto, ele começou a correr, mas um
detetive apareceu em sua frente apontando-lhe uma arma de choque.
— Sério? Você acha que com essa arma vai conseguir me parar? – Ian
zombou.
— Sim, exatamente. – Vidal respondeu e, antes que seu adversário pudesse
fazer algo mais, atirou no pescoço do Motoqueiro.
“Derrotado por um choque no único ponto nu de meu corpo. Que ironia!
Depois de tudo por que passei.” Ian pensou e sorriu enquanto caía no chão.
— Ele está sorrindo? Que tipo de
pessoa sorri depois de ser atingido e preso? – Vidal falou ao ver a expressão
de seu algoz.
Puts, por uma arma de choque é sacanagem kkk
ResponderExcluirmas bem que ele e a carol poderiam voltar o relacionamento e os dois virarem uma dupla dinâmica heim? kkkk
Ae, o Erros e Acertos está fazendo 1 ano *--*
passa lá depois!
http://errosxacertos.blogspot.com.br
abraço