REPERCUSSÃO
— Boa noite! Hoje teremos uma reportagem especial sobre um caso que tem
dado uma dor de cabeça para a polícia de Curitiba. – a apresentadora iniciou o
telejornal do Paraná. – Há pouco mais de um mês, o Motoqueiro das Trevas surgiu
e começou a fazer justiça com suas próprias mãos. A polícia logo o tornou alvo
e prioridade número 1, mas até o momento não houve sucesso em sua captura. –
ela continuou. – As opiniões sobre seus atos são diversas. E já há algumas
semanas é assunto recorrente nas redes sociais da internet. Além de alguns
vídeos amadores mostrando o Motoqueiro em ação, há também aqueles das pessoas
que decidiram dividir sua opinião. Vamos ver alguns. – ela anunciou e o vídeo
de um rapaz começou a passar.
— Eu concordo totalmente com o Motoqueiro, tem que matar mesmo. Ele está
fazendo o que a polícia e o governo deveriam fazer: encontrar, julgar e matar
os bandidos. – o garoto disse. – E a polícia, em vez de apoiá-lo, resolve parar
de prender os verdadeiros bandidos e caçar e atrapalhar o Motoqueiro, como se
ele fosse o cara mau da história. Isso é um absurdo. – o rapaz disse e o vídeo
foi cortado, voltando para a apresentadora.
— Mas há quem discorde do que o Motoqueiro vem fazendo. – a apresentadora
disse e um novo vídeo se iniciou, com uma garota dessa vez.
— O que esse cara faz é um absurdo. Quem ele pensa que é para julgar e
matar as pessoas assim? O que os gregos e os romanos antigos diriam ao verem
que a Democracia e Direito estão sendo dizimados por apenas um homem. – a
garota disse. – Vamos mesmo deixar que uma pessoa julgue os criminosos? E se
ele achar que o menor dos delitos é punível com morte? E se um dia ele pirar?
Vamos mesmo confiar num homem que não se identifica e se acha acima da lei? –
ela finalizou.
— Nossos repórteres foram para a rua e ouviram as opiniões de algumas
pessoas que passaram. – a apresentadora disse e um novo vídeo teve início.
— Estamos aqui com a dona Marilene, que disse ter sido salva há dois dias
pelo Motoqueiro. Conte-nos, como foi? – o repórter falou.
— Eu estava indo para casa, tinha acabado de sair da minha aula, às 23h,
quando três homens me abordaram. Um pegou minha bolsa, outro disse que eu era
bonita e o terceiro começou a tentar arrancar minha roupa. – ela relatou. – Foi
quando eu ouvi o barulho da moto.
“— Por acaso vocês não estão assaltando e tentando estuprar essa moça,
estão? – ele perguntou ao parar a moto.
— Uh, gênio! O que você acha? – um deles respondeu e em seguida cada um
levou um tiro na cabeça e caíram ao meu redor.
Ele não falou mais nada e saiu, mas não precisava mesmo. Eu sou grata a
ele. É com muito orgulho que digo que fui salva pelo Motoqueiro das Trevas.”
— Agora vamos falar com um rapaz, estudante de medicina. – o repórter
disse.
— Eu acho que ele está mandando muito bem. E nós, do curso de medicina,
estamos ganhando com isso também. Muitos dos corpos que são mandados para o IML
são reenviados para o laboratório da federal. Nossas aulas de anatomia ficaram
muito melhores. Tem muito mais peças agora. – o rapaz disse empolgado. – Além
de ajudar na segurança da cidade, ele ainda contribui para a educação. Demais!
– ele concluiu e o programa voltou para o estúdio.
— Obrigada, Marcelo! Após os comerciais, tem mais Motoqueiro das Trevas.
Não saia daí! – a apresentadora disse e começou o comercial.
— Com licença, Delegado!
— Entre, Vidal! – Biaco disse.
— Estive investigando e acho que descobri um padrão em algumas dos
assassinatos do Motoqueiro. – o detetive Vidal disse.
— É mesmo? Conta mais. – o delegado pediu.
— Dez das vítimas dele foram criminosos soltos da prisão ou para cumprir
processo em liberdade. E todos noticiados por algum tipo de mídia. – Vidal
disse.
— Isso é perfeito! Vidal, prepare-se! Já sei como vamos prender esse
Motoqueiro das Trevas. – Biaco disse e sorriu.
Cara vc é demais! Amei mesmo. Vc propos um modo difrente de iniciar a narrativa e ainda por cima deu um toque humoristico.
ResponderExcluirQuando escrevo as minhas series tmbm tento dar esses toques de humor e ironia.Além deque a cada estoria sempre tento começar dum jeito novo e diferente.
Desde já R.Peter!