O Capitão e a Soldado Ramos seguiam na direção noroeste. Ele ouvia cada mínimo barulho, do cair de uma folha ao canto dos pássaros. Ela só queria conversar com ele. Ele era alto, cabelos lisos e negros, musculoso, treinado em boxe, jiu-jitsu, kung fu e técnicas de sobrevivência. Ela era 10cm mais baixa que ele, cabelos lisos e loiros, atlética, tinha um curso de defesa pessoal.
— Capitão, sei que não é o momento adequado, mas eu queria muito conversar sobre aquilo. – Ramos quebrou o silêncio.
— Você está certa. – ele disse, parou e virou de frente para ela. – Não é o momento adequado. – Zurique confirmou e ficou encarando a Soldado Ramos.
Eles se conheceram quando ela, Thaís Ramos, era apenas uma concursada do setor administrativo da polícia. Após algumas idas lá, Zurique puxou conversa com a moça e a chamou para sair. A afinidade inicial virou paixão. Tudo ia bem até que o militar foi chamado para liderar o Comando Épsilon. Sem saber se voltaria a vê-la, Zurique chamou Thaís para ir com ele. Ela hesitou, pois não tinha treinamento. Ele pensou e decidiu que ela seria a carregadora de armas e não precisava de muito para isso.
— Capitão? – Ramos chamou o superior que segurava os braços dela.
Ele olhou para os lados, parou para ouvir tudo ao redor e então, decidindo que era seguro, voltou a olhar para Thaís e a beijou.
— Mas, Capitão, eu achei que... – ela disse depois do primeiro beijo.
— Shh, não fale nada. – ele disse emendando outro beijo e encostando-a numa árvore.
Do outro lado, a Tenente Nikolofski e o Sargento Santana seguiam para o nordeste da ilha. Ele era quase tão alto quanto o Capitão, cabelos lisos e negros, pele mais bronzeada. Ela tinha a mesma altura da Soldado Ramos, cabelos lisos, curtos e negros, pele clara. Ambos eram treinados nos mesmos estilos de Zurique.
Desde a formação do Comando, Santana ficou atraído pela Tenente, mas não foi correspondido, assim como a pessoa por quem Nikolofski se interessou nunca reparou nela.
— Paty, você não acha que tem algo de errado entre o Capitão e a Ramos? – ele perguntou chamando-a pelo diminutivo do primeiro nome, como não houve resposta, ele continuou. – Quer dizer, que tipo de posto é “Carregador de armas”? Eu posso carregar minhas armas, você pode carregar suas armas, não precisamos de alguém para fazer isso. Você não acha isso estranho, Paty?
A moça, que estava se segurando, não aguentou mais e estourou. Parou e virou para o rapaz.
— Olha só, eu odeio que me chamem de Paty. Isso me lembra aquelas menininhas ricas que gastam dinheiro à toa. Se quiser me chamar pelo primeiro nome, use-o inteiro, Patrícia. Pensando bem, esquece isso. Eu sou sua superior, trate-me por Tenente. Deixa o Capitão e loirinha carregadora pra lá, foco na nossa missão aqui. Estamos entendidos? – ela disse fria e duramente.
— Sim, Tenente. – ele disse em voz e cabeça baixa.
Com isso, os dois continuaram seu caminho em silêncio.
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Na Praia Oeste, o Cabo Maki observava o grupo do Quebra-Ossos. O sol já estava se pondo. Ele decidiu descansar um pouco. Recostou-se num galho do alto de uma árvore. Começou a se lembrar do dia em que o Comando foi formado, o dia em que ele viu Thaís pela primeira vez. A loira mais bela e formosa que já havia visto. Ela sempre o tratava muito bem, mas ficava muito próxima do Capitão. Maki, por muitas vezes, se perguntou se havia algo entre os dois.
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Os Cabos Fúlvio Maki e Gabriele Caviquioli treinaram e se tornaram atiradores de elite juntos. Ela sempre foi apaixonada por ele, que nunca a viu como nada além de uma amiga. Apesar das indiretas dela, Full, como era mais chamado, nunca tentou nada com ela. Enquanto via as ondas que chegavam à praia do leste da ilha, Gabi pensava e suspirava por seu amor não correspondido.
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Vários metros acima do acampamento do bando de Deusa, Li sonhava com a Cabo Caviquioli, a única do Comando que mais se aproximava de sua baixa estatura. Era também a mais simpática, na opinião dele. O rapaz suspeitava que ela gostava do Cabo Maki, mas sabia que o outro não se interessava por ela. Para Li, era só questão de tempo para Gabi vê-lo com outros olhos.
Nem preciso falar... Vc tem um texto super cult.Vc passa veracidade ao leitor, porque vc criou toda uma mitologia, ao seu modo. Tu usa um misto de real e surreal ao mesmo tempo. E por isso acreditamos nele.
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