COMPLICAÇÕES
― Você é mesmo um ótimo ator, né?
Acredita que eu estava pensando em te dar outra chance? Ia te chamar para
sairmos hoje. Que burra eu, né? – Sandra disse ainda com os braços esticados e
com Bomber na mira.
― Sandra, você precisa se
acalmar. – o musculoso disse e avançou.
― Não dê mais nenhum passo! – ela
gritou. – Vamos acabar logo com isso. – ela disse e baixou o braço esquerdo
para pegar o comunicador dos seguranças.
― Sandra, me desculpa. – ele
disse calmamente.
― Agora é tarde demais, Marcelo.
– ela disse e desviou o olhar por um segundo, tempo suficiente para Bomber
investir.
Ele avançou com uma joelhada na
barriga dela, com o braço esquerdo torceu o antebraço direito da morena,
fazendo-a largar a arma. Com o braço direito, ele a empurrou contra a porta da
sala e a imobilizou pressionando o pescoço.
― As desculpas eram por isso. –
ele disse enquanto ela tentava respirar. – Pode ser difícil de acreditar, mas
eu não estava envolvido no esquema de tráfico pelo qual fui expulso da polícia.
– disse e a soltou.
Sandra desabou no chão sobre as
pernas dobradas. Passou a mão na garganta e tossiu um pouco. Em seguida sentiu
a dor no antebraço.
― O que fez com meu braço? – ela
perguntou.
― Torci, vai doer por um tempo,
mas depois passa. – ele disse.
― O que vai fazer agora? Me
matar? – ela perguntou e olhou bem nos olhos dele.
Bomber a encarou e a estudou,
então depois de alguns segundos, percebeu. Ele se agachou e aproximou bem a
boca dele da orelha dela.
― Boa tentativa! – ele sussurrou
enquanto desligava o comunicador que ela havia ligado. – Isso vai fazê-la
dormir por um bom tempo, com um pouco de sorte, não sentirá mais dor quando
acordar. – ele disse mostrando uma seringa.
― Marcelo, espere! – ela pediu
segundos antes de ele aplicar o sedativo.
Sabendo que todos haviam ouvido
barulhos suspeitos pelos seus comunicadores e que havia um segurança no andar
em que estava, Bomber saiu para falar com ele.
― Eu já estava quase entrando,
Marcelo. Você ouviu? – perguntou Bruno.
― Melhor ainda, eu vi. Um
movimento suspeito no sétimo andar. – ele disse. – Vão lá, eu coordeno daqui.
― Certo. Obrigado. – o segurança
agradeceu e chamou o elevador.
Bomber voltou rapidamente para a
sala dos monitores. Amarrou as mãos de Sandra. Beijou sua boca e colocou uma
fita adesiva em seguida. Pegou a mala com as armas e se preparou para sair.
― Joel, pessoal. – ele chamou. –
Tive uma pequena complicação, mas já estou a caminho, esperem mais um pouco.
Eles já tinham ensacado boa parte
do dinheiro que estava solto e separado em um canto para quando fossem sair. A
mensagem de Bomber foi uma surpresa, mas Joel decidiu ir ajudá-lo, pois se ele
tivesse sido descoberto, de nada adiantaria eles estarem com todo o dinheiro
ali no cofre.
― Deixa que eu vou. – Facada
disse. – Sou mais silencioso que você e tenho uma mira melhor. Sem ofensa.
― Não, você está certo. – Joel
concordou.
Joel fez “pezinho” para Facada
subir de volta ao arquivo. O rapaz correu silenciosamente e saiu da sala,
voltando ao corredor do primeiro andar. Foi para escada, mas parou ao ouvir
passos. Eles seguiram direto para cima. Facada esperou o barulho diminuir e
desceu. Assim que apareceu no pé da escada, o vigilante o viu.
― Quem é você? – ele perguntou,
mas antes que sua mão chegasse ao cabo da arma, Facada atirou um tranquilizante
e o grande homem caiu.
Saindo ao corredor, o guarda do
outro lado do banco conseguiu pegar sua pistola, mas não teve tempo de
levantá-la. Devido à distância, o rapaz usou facas de arremesso. Acertou uma em
cada ombro do vigilante, depois avançou e aplicou a seringa no pescoço do
funcionário.
Sem reparar, ele acabou ficando
na frente da guarita do guarda do cofre, que saiu do seu lugar e tentou
surpreender o invasor, mas foi impedido por Bomber que chegou bem no momento e
atirou no braço esquerdo do outro guarda.
― Oh! Faltou um. – Facada disse e
riu.
― E logo todos os outros estarão
aqui. Temos menos de cinco minutos para sair daqui antes que eles percebam que
os enganei. – Bomber avisou.
― Não entendi direito, mas parece
emocionante. – Facada disse e sorriu.
A coisa está esquentando.
ResponderExcluir