quinta-feira, 11 de julho de 2013

Caos Urbano T01C11

EVIDÊNCIAS

A mesa da sala de reuniões era oval. Ao seu redor cabia mais de dez pessoas, mas no momento havia apenas quatro. Raquel convocou aquela reunião e sentou na ponta da mesa. Atrás dela, havia computadores e um quadro com fotos do caso.
― Eis o que sabemos sobre o caso. – a detetive morena começou. – Os dois corpos encontrados são de mulheres. Elas estavam nuas e com os membros cortados, sendo uma sem os superiores e outra, os inferiores. Ambas eram morenas, com pele clara e, em algum momento de suas vidas, foram internadas no Hospital Amadeu Polvilho. A arma foi identificada como uma serra cirúrgica, o que nos levou ao hospital. Foi então que surgiu meu primeiro suspeito, o Dr. Terom. – Raquel recapitulou.
― Protesto. – Jorge a interrompeu.
― Isso não é o tribunal, Jorge. – ela disse calmamente e voltou a sua narrativa. – Após análise, foi concluído que a serra do hospital nunca havia sido usada. Com a prisão do pirata de computador, Benck, foi descoberto que ele comprou outra serra e a revendeu. Sem evidências que levassem a outro suspeito, criei uma teoria depois de investigar o passado do Dr. Terom. Para mim, ele está juntando partes do corpo humano de mulheres para reconstruir, não sei como, a esposa morta dele. O primeiro corpo teve as pernas removidas e o segundo, os braços, o que contribui para isso. Então, chamei vocês aqui para revermos as evidências até agora encontradas e descobrirmos algo que prove a culpa do médico, ou em caso de inocência, que encontremos o verdadeiro assassino. – a morena disse.
― Pode deixar com a gente. – Mateus disse e levantou. – Vou agora mesmo ver se há mais algum tipo de ligação entre as vítimas. – saiu.
― Relaxa, vamos fazer todo o possível para descobrir quem é esse assassino. – Ana disse, abraçou a amiga e também saiu.
Raquel começou a juntar seus papéis, quando Jorge se aproximou dela.
― E nós? O que faremos? – perguntou.
― Vamos descobrir se o Benck deixou algo de útil em sua cela.


Os dois foram para uma das salas de análise, em que se encontrava uma mesa com o que havia na cela de Benck após sua fuga. O lençol de sua cama, fronha do travesseiro e um bilhete, que se mostrou inútil ao ser olhado mais de perto.
― Digitado. Droga, a tecnologia que tanto nos ajuda, acabou nos atrapalhando hoje. – Raquel lamentou.
― Queria que estivesse escrito à mão para fazer um teste de caligrafia com o Terom, não é? – seu parceiro perguntou.
― Sim. E não sei por que está apoiando tanto esse médico. – ela reclamou.
― Porque não me deu motivos para te apoiar ainda. – ele devolveu.
― Venha. Vamos ver como os outros estão se saindo. – ela chamou.
Eles entraram em outra sala de análise, na qual Mateus e Ana analisavam dois líquidos em tubos de ensaio. Os detetives ainda esperaram um pouco até o resultado sair. E então, uma nova informação surgiu.
― As duas vítimas morreram devido ao mesmo composto: eutanásia. – Mateus anunciou.
― Somente hospitais têm acesso a esse tipo de composto. – Ana disse e Raquel sorriu. – Entretanto, isso não prova o envolvimento do Terom. – disse e o sorriso da detetive sumiu, enquanto o de Jorge aparecia.
― Tem um jeito de saber se o Terom está envolvido e confirmar minha teoria. – ela disse e todos a olharam. – Se eu conseguir prever quem será o próximo alvo. – explicou.
― E como você faria isso? – Jorge perguntou, descrente.
― As primeiras duas vítimas tinham cabelos negros, lisos e longos, pele clara e altura mediana. Esse é o padrão dele. Acredito que ele só atacará mais duas vezes. Uma para pegar o tronco e outra para a cabeça. Mas como o coração se encontra no tronco, talvez a cabeça venha antes. – Raquel disse.
― Está dizendo que no próximo assassinato, ele vai levar a cabeça da vítima? – Mateus perguntou.
― Se eu estiver certa, sim. – a detetive respondeu.
― Ainda não disse como vai prever quem será o próximo alvo? – Jorge lembrou-a.
― Para os membros, não importava a aparência da pessoa, mas sim sua altura. Já o rosto, ele vai querer igual o da esposa morta. Só precisamos colocar a foto dela no sistema e procurar pela pessoa viva mais parecida com ela aqui em Curitiba. – Raquel explicou.
Todos aprovaram a ideia, mas devido o grande número de pessoas, perceberam que iria demorar para que algum resultado surgisse. Então, cada foi para sua casa, assim que o expediente acabou. Apenas o plantonista da madrugada ficou no Instituto.
Eram 23h quando ele fez um lanche e voltou para o seu posto em uma das salas de análise. Sem querer, encostou no mouse de um dos computadores e a tela ativou, mostrando o resultado da pesquisa iniciada à tarde. Ao ver o rosto e o nome da pessoa indicada, ele correu para o telefone e ligou para ela, mas ninguém atendeu, então tentou a Detetive Marins.
― Alô, Raquel. Você não vai acreditar quem é o próximo alvo do seu assassino. – ele disse e deixou a detetive apreensiva.

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