INESPERADO
Eram quase meia-noite quando Taís
parou o carro, depois de fazer várias voltas e entrar bastante em um dos
bairros periféricos. O chrysler era preto e bem comum à vista das pessoas, por
isso chamava menos atenção que o charger.
― Agora nos diga, Joel, por que
você não quis ir com o Charger dessa vez? – a mecânica perguntou.
― Queria saber como era não ser
perseguido pela polícia. – o líder respondeu.
Em outro canto da cidade, um
charger prata fugia de quatro viaturas da polícia. E mais surgiam pelo caminho.
― Iuhuuuuuu! – Charger gritou
enquanto acelerava. – É disso que eu estou falando. Senti falta de toda essa
adrenalina.
― Não sei se posso dizer o mesmo.
– Facada falou enquanto olhava para trás para ver os carros que os perseguiam.
– Dá para despistar eles logo?
Sem falar mais nada, o mecânico
girou o volante para fazer uma curva para direita, puxou o freio de mão e o
girou o volante para o sentido contrário, fazendo um drift perfeito. Devido à alta velocidade, os policiais não
conseguiram fazer o mesmo que Charger e alguns acabaram se atingindo.
Aproveitando isso, o mecânico
ativou o nitro e sumiu da vista das viaturas. Virou à esquerda, depois à
direita, e à esquerda de novo. Após várias curvas, ele parou em frente a um
grande barracão. A grande porta se abriu assim que foram vistos.
― E aí, Albie, beleza? – Charger
cumprimentou o dono do local, ao sair do carro.
― Tudo na boa. – ele respondeu. –
O Joel não veio com vocês? – quis saber.
― Hoje não. Rola aquele serviço
igual da última vez? – o mecânico perguntou.
― Claro. E como da última vez,
podem aguardar na minha sala. Tem bebidas no frigobar e salgadinhos no armário.
― Valeu, Albie. – Charger
agradeceu e se dirigiu para a sala com os amigos. – Ah, faz azul marinho hoje.
– disse no pé da escada.
As horas se passaram e a pintura
ficou pronta. O sol já estava quase nascendo quando saíram de lá. Deixaram o
carro no centro de operações e foram para suas casas dormir.
Joel passou a noite em claro e,
assim que amanheceu, decidiu ir até a velha oficina ver se seus amigos tinham
chegado. Abriu a porta da garagem e entrou. Os dois carros estavam lá e o líder
do grupo ficou mais tranquilo.
― Também não consegue dormir? – o
musculoso surgiu de outro cômodo.
― Bomber, o que faz aqui? – Joel
perguntou surpreso.
― Reflito sobre a vida. – ele
começou. – Joel, você fez muito por mim desde que cheguei aqui, mas não posso
mais continuar com isso.
― Como assim? – o líder não
estava gostando do rumo da conversa.
― Não consigo mais viver com a
ironia de que há anos tenho tentado provar que não sou um bandido e que agora
sou. – Bomber disse.
― Você não pode sair. O combinado
era...
― Que os assaltos acontecessem.
Vocês podem fazer o último sem mim.
― Existe algo que eu possa dizer
para fazê-lo mudar de ideia? – Joel perguntou.
― Sinto muito, não. – Bomber
devolveu.
― Muito bem, então. – o líder
disse, estendeu a mão e os dois se deram um forte aperto de mão. – Vamos pegar
a sua parte desse roubo.
― Eu não quero, estou satisfeito
com a dos outros dois. – Bomber disse, impedindo Joel de ir até o porta-malas
do charger azul. – Cuide-se, Joel.
Quando o amigo musculoso saiu, o
líder do grupo ficou pensando no que acabara de acontecer. Ao perceber que nada
havia para fazer a não ser seguir em frente, decidiu começar a contar o
dinheiro e pegou a chave para abrir o porta-malas. Levantou a porta do
compartimento e teve a maior surpresa da sua vida.
― Não, não é possível. – ele
disse ao ver a traseira do carro vazia. – Cadê o dinheiro?
Que traíra.
ResponderExcluirE que inocência do Joel, líder de bandido e cair nesta kkkk.